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Commerzbank: Discurso de Yellen pode ser lido como o do seu legado na Fed
Janet Yellen alertou para os riscos da desregulação pretendida por Trump naquele que pode ter sido o seu último discurso enquanto presidente da Fed em Jackson Hole. E mudou de opinião em relação ao risco de novas crises.
Fevereiro de 2018. É quando o mandato de quatro anos de Janet Yellen na Reserva Federal dos EUA termina. E a perspectiva mais consensual é que Trump não irá reconduzir a actual presidente da Fed. Para o Commerzbank, o discurso feito por Yellen esta sexta-feira na conferência de Jackson Hole "pode ser lido como o do seu legado. De certa forma, [Yellen] declarou ‘missão cumprida’ e pressionou em relação a um recuo significativo da regulação", referem os economistas do Commerzbank, numa nota a que o Negócios teve acesso.
O banco alemão considera que a mensagem da presidente da Reserva Federal dos EUA foi de que as políticas seguidas durante a sua liderança tornaram o barco mais seguro para enfrentar a próxima tempestade. "E certamente pode ser lido como parte de um esforço da Fed contra os recentes esforços de desregulação, uma das prioridades da Administração".
Mudança de opinião em relação a novas crises?
Yellen, no cargo desde Fevereiro de 2014, salientou no discurso que "a evolução do sistema financeiro na resposta às forças económicas globais, à tecnologia e, sim, à regulação, resultará mais cedo ou mais tarde em riscos demasiado familiares de optimismos excessivo, alavancagem" em formas que requerem resposta do ponto de vista das políticas".
Os economistas do Commerzbank notam uma diferença na mensagem da presidente da Fed sobre o risco de novas crises. "Isso é algo mais circunspecto de que as suas observações (ou esperanças) recentes de que não iríamos viver uma nova grande crise financeira nas nossas vidas", observam.
E salientam que as palavras de Yellen sobre a melhoria que houve na resposta à crise e das lições que foram tiradas indicam que "pelo menos, os responsáveis de política conseguiriam responder de forma a mitigar os danos. Noutras palavras, a melhoria nas políticas deverá assegurar que a próxima crise seja mais uma recessão vulgar em vez de uma quase depressão como em 2007/2009".