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Kevin Warsh pode ser o próximo presidente da Fed. Notícia leva Wall Street aos píncaros

As principais bolsas norte-americanas encerraram em alta, animadas com a possibilidade de Kevin Warsh poder vir a substituir Janet Yellen na presidência da Reserva Federal. Os títulos da banca foram os que mais ajudaram às subidas, a beneficiar da postura de Warsh perante a desregulação do sector financeiro.

Reuters
29 de Setembro de 2017 às 21:06
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Do outro lado do Atlântico, as praças de Wall Street fecharam em alta, sustentadas pela informação de que o presidente Donald Trump e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, estavam reunidos com Kevin Warsh, antigo membro da Reserva Federal, para falarem sobre a presidência da Fed.

 

Uma vez que Warsh tem posições flexíveis relativamente à desregulação do sector financeiro, a banca esteve a ganhar terreno e levou alguns dos principais índices bolsistas para recordes.

 

Wall Street fechou assim o trimestre em terreno nunca antes explorado e a marcar também o oitavo trimestre consecutivo de ganhos.

 

O Standard & Poor’s 500 encerrou a somar 0,37% para 2.519,36 pontos, tendo a meio da sessão atingido um máximo histórico nos 2.519,44 pontos.


Quem fez deste marco uma festa foi o próprio presidente dos EUA, com Donald Trump a festejar este novo patamar numa mensagem na sua conta oficial da rede social Twitter.


Também o tecnológico Nasdaq Composite fechou no verde, a valorizar 0,66% para 6.495,96 pontos, depois de na negociação intradiária ter tocado no seu nível mais elevado de sempre, nos 6.497,98 pontos.

 

Quem acompanhou estes recordes foi o Russell 2000, índice que agrega as principais "small caps" [empresas com baixas capitalizações bolsistas]: fechou a valorizar 0,15% para 1.491,09 pontos e durante a sessão chegou mesmo a um nível nunca visto de 1.493,56 pontos.

 

Por seu lado, o Dow Jones pulou 0,11% para 22.405,09 pontos. O máximo histórico do Dow foi estabelecido no passado dia 21, quando se fixou nos 22.419,51 pontos.

 

Mas, apesar deste entusiasmo na banca, há quem prefira usar de prudência. "Não creio que uma nomeação de Warsh traga confiança aos mercados e até estimo que haja um movimento de vendas se for o nome dele o anunciado", comentou à Bloomberg um analista da Renaissance Macro Research, Neil Dutta.

 

A própria Yellen, já pensando que poderá não voltar a ocupar o cargo, deixou algumas advertências esta semana, em matéria de política monetária, para o seu eventual sucessor.

Na passada terça-feira, 26 de Setembro, a presidente da Fed reiterou a vontade de normalizar a política monetária "gradualmente", dando assim sinais de que a 13 de Dezembro a Reserva Federal poderá proceder à terceira subida dos juros directores este ano.

 

Yellen advertiu, contudo, para os perigos de essa normalização ser "demasiado gradual", num recado a quem possa vir a sucedê-la em Janeiro do próximo ano – já que não é certo que a actual presidente se mantenha o cargo.

 

As bolsas norte-americanas estiveram nos últimos dois dias a ser animadas pelas propostas de reforma fiscal apresentadas pela Administração Trump, já que se intensificou a especulação de que esta reforma vai mesmo entrar em vigor - e ainda este ano – e fomentará o crescimento económico e o investimento. Uma das propostas de Trump, recorde-se, é baixar o IRC de 35% para 20%

Os candidatos ao topo da Fed

 

Donald Trump anunciou esta sexta-feira que irá decidir, "dentro de duas a três semanas" quem vai ser o próximo líder do banco central do país.

 

Além da notícia de que Trump e Mnuchin se reuniram hoje com Warsh, o The Wall Street Journal avançou que já houve também uma conversa dos dois responsáveis com Jerôme Powell – que é membro do conselho de governadores da Reserva Federal – na quarta-feira.

 

À Bloomberg, um responsável governamental disse que outros candidatos já foram também ouvidos. Mas parece ser Kevin Warsh quem recolhe mais preferências para o cargo. Warsh, de 47 anos, foi membro do conselho de governadores da Fed entre 2006 e 2011, tendo antes trabalhado no Morgan Stanley. É actualmente membro da Hoover Institution de Stanford.

 

Entre outros potenciais nomes para assumir o leme da Fed conta-se a própria Yellen, bem como John Taylor, economista da Universidade de Stanford, John Allison, ex-CEO da BB&T, e Glenn Hubbard, economista da Universidade de Columbia. Um outro nome que também tem sido avançado por alguns media é o de Lawrence Lindsey, que foi igualmente membro do conselho de governadores da Reserva Federal.

Além disso, Trump também já referiu que tem estado a equacionar o nome de Gary Cohn, director do Conselho Económico Nacional da Casa Branca - sendo este responsável apontado igualmente como um candidato forte.



Quem é Kevin Warsh?

 

Com 47 anos, Kevin Warsh tem a seu favor o facto de ter experiência dos dois lados da bancada: no campo financeiro, com conhecimentos sobre Wall Street de quando trabalhou no Morgan Stanley [durante sete anos]; e no campo político, já que o seu sogro, Ronald Lauder, tem ligações estreitas com o presidente Trump, sublinha a CNBC.

 

Também o Politico salienta o facto de os laços de Warsh à Casa Branca serem fortes, dado ser casado com a neta de Estée Lauder.

 

Além do mais, Warsh esteve cinco anos no conselho de governadores da Reserva Federal, o que lhe deu bastante experiência em matéria de política monetária.

Com efeito, Warsh foi membro do conselho de governadores da Fed entre 2006 e 2011. Warsh pertenceu ao círculo chegado de Ben Bernanke – a que Yellen sucedeu na presidência da Fed, em Janeiro de 2014 – e ajudou a moldar as medidas extraordinárias (e muitas vezes impopulares, como frisa o The UpShot) de combate à crise financeira mundial.

 

No entanto, foi também uma voz activa nas críticas à Reserva Federal pelas suas prolongadas políticas de estímulos monetários, dizendo que se tratava de uma estratégia que não era eficaz e que poderia ter perigosos efeitos colaterais.

Sobre a desregulação do sector financeiro, uma das promessas de Trump durante a campanha eleitoral e já depois de ter vencido as eleições do passado dia 8 de Novembro, Warsh tem uma visão alinhada com a do presidente, ao contrário de Janet Yellen.

Mas, apesar de favorecer a desregulação no sector financeiro, criticou os responsáveis da Fed, aquando a crise, acusando-os de serem "demasiado complacentes" perante os crescentes riscos nos mercados financeiros.

(notícia actualizada às 23:10)

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