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Fed vai continuar em “modo” Yellen, independentemente de quem a lidere

Independentemente de quem ocupar a presidência do banco central dos EUA, a política será mantida em "modo" Yellen.

8. Janet Yellen, presidente da Reserva Federal dos EUA
Bloomberg
Bloomberg 01 de Novembro de 2017 às 13:52

A cada notícia que sai, os mercados financeiros tentam adivinhar se o presidente Donald Trump vai indicar Yellen para um novo mandato ou escolher um sucessor de postura mais agressiva, como John Taylor, economista da Universidade de Stanford, ou Jerome Powell (que nos últimos dias tem sido apontado como a escolha de Trump). Os nomes dos responsáveis pela Fed importam. Se tiverem credibilidade, eles influenciam dezenas de medidas, da regulamentação aos estudos.

 

Mas tratando-se de política monetária, a estratégia de Yellen de subidas graduais nos juros e redução ultralenta do balanço patrimonial da instituição dificilmente será alterada rapidamente por um eventual sucessor. A Fed guia-se pelos objectivos estabelecidos pelo Congresso, pelo que os dados dizem sobre esses objectivos e pela velocidade em que serão atingidos. A Fed não atingiu a meta de inflação na maior parte dos últimos cinco anos e os dados mostram poucos sinais de que o crescimento vai disparar.

 

"Não acho que os fundamentais da economia permitam uma mudança tão grande na trajectória", disse Seth Carpenter, economista-chefe para os EUA da UBS Securities que já trabalhou como economista do Fed. "A maior oportunidade de mudança é na política para o balanço patrimonial e até nisso não vejo tanta mudança" que uma nova pessoa possa implementar.

 

Trump já disse que está "muito, muito perto" de anunciar a sua escolha, que precisará da aprovação do Senado. Em entrevista ao canal Fox News exibida no domingo, o presidente mencionou Yellen, Taylor e um director da Fed chamado Jerome Powell, mas sem excluir outras opções.

 

Yellen ou Powell, que nunca teve um voto dissidente desde que entrou na administração da instituição, em Maio de 2012, seriam escolhas de continuidade. Taylor seria diferente. Se escolhido, há poucas dúvidas de que ele teria uma grande influência no longo prazo. No curto prazo, a maior mudança na Fed sob o comando de Taylor seria em termos de transparência, de acordo com Andrew Levin, professor da Faculdade Dartmouth que já foi aluno de Taylor.

 

"Ele tornaria a política monetária mais clara, mais transparente e com maior responsabilidade perante o Congresso", acrescentou Levin.

 

Ritmo gradual

Sob Yellen, o comité de política monetária subiu a taxa básica de juros apenas quatro vezes desde Dezembro de 2015, chegando a um intervalo entre 1% e 1,25%. As autoridades concordaram em demorar muitos anos para reduzir o balanço patrimonial (o processo foi iniciado em Outubro) e sinalizaram mais um acréscimo nos juros este ano (seriam três em 2017) e talvez mais três no próximo ano.

 

O futuro será bastante parecido como o passado recente, disse Nathan Sheets, economista-chefe da PGIM Fixed Income, braço de gestão de recursos da Prudential Financial. "O actual comité afirmou que vai fazer três movimentos no ano que vem", disse Sheets, que já foi director de divisão na Fed. "Acho que será mais ou menos isso – não importa quem esteja na presidência."

 

O padrão gradualista foi imposto por diversos enigmas na economia, sendo o principal o aparente enfraquecimento da correlação entre desemprego baixo e inflação elevada. O crescimento na produtividade (produção por hora trabalhada) também está atipicamente baixo e muitos economistas afirmam que isto está a limitar os salários e o crescimento da economia.

(Texto original: It’s Going to Stay a Yellen Fed No Matter Who Gets the Job)

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