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Reserva Federal dos EUA mantém taxas de juro inalteradas
A autoridade monetária norte-americana decidiu deixar inalteradas as taxas de juro directoras. A instituição liderada por Janet Yellen assinalou que o crescimento económico sólido e com o mercado de trabalho a fortalecer-se, o impacto dos furacões vai ser minimizado. E abre a porta a uma subida dos juros em breve.
Sem surpresas, a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) decidiu manter inalteradas as taxas de juro de referência. A autoridade monetária norte-americana, de acordo com a Reuters, assinalou que tanto o crescimento económico sólido dos EUA como o facto de o mercado de trabalho estar a fortalecer-se vão ajudar a atenuar o impacto que os furacões podem ter para a economia.
Esta perspectiva pode abrir a porta a que a subida dos juros decorra já no próximo mês de Dezembro, como acredita o mercado. A instituição liderada por Janet Yellen reconheceu, ainda assim, que a inflação continua dar sinais de moderação, embora não tenha revisto as suas estimativas para este indicador.
"O mercado de trabalho continua a fortalecer e (…) a actividade económica tem estado a crescer a uma taxa sólida apesar das perturbações relacionadas com os furacões", revelou a Fed em comunicado, citado pela agência de informação.
No terceiro trimestre, a economia norte-americana, a maior do mundo, cresceu a um ritmo anual de 3%, acima do projectado pelos economistas (2,6%) e apenas ligeiramente abaixo do registado nos três meses anteriores (3,1%).
A expectativa dos investidores em torno da Fed está agora voltada para o sucessor de Janet Yellen. O mandato de Yellen termina no final de Janeiro de 2018 e o presidente dos EUA, Donald Trump, deverá anunciar o seu sucessor já amanhã, antes de partir para uma viagem à Ásia. Jerome Powell é nome apontado.
Jerome Powell foi banqueiro de investimento e actualmente é membro do Conselho de Governadores da Fed, o órgão de administração do Sistema da Reserva Federal, tendo sido nomeado durante a presidência de Barack Obama.
O possível novo presidente da Fed tem sido considerado como moderado - um centrista - em termos de política monetária e económica. E não se mostra tão preocupado como Yellen com o facto de a inflação nos EUA estar ainda longe da meta dos 2%.
Na gíria da política monetária, imperam as pombas (que querem manter as taxas de juro em níveis baixos e promover o crescimento do emprego) e os falcões (são a favor de juros mais altos para controlar a inflação).
Janet Yellen é tida como pertencendo ao primeiro grupo por ser apologista de medidas de estímulo à economia [mesmo que isso faça subir a inflação acima do que se desejaria - o que, de qualquer das formas, não aconteceu, pois a inflação está ainda longe da meta proposta pela Fed].
Já Jay Powell, como é conhecido nos círculos económicos, é tido como tendo uma postura mais "hawkish", sobretudo por não defender um endurecimento monetário em nome da estabilidade financeira. No entanto, também advoga ideias que pendem mais para o lado "dovish", sendo por isso considerado um homem que está quase no meio termo. Powell apoia, por exemplo, a recente ortodoxia da Fed, nomeadamente a subida gradual dos juros directores, sublinha o Financial Times.