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Petróleo recupera de quedas e regressa aos ganhos em Londres e Nova Iorque
Os analistas apontam que os preços do petróleo estão a recuperar depois das fortes quedas, mas alertam que as quedas poderão regressar. O petróleo entrou em mercado urso este ano: barril em Nova Iorque e em Londres já perdeu mais de 35% do seu valor desde Junho.
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O petróleo regressou aos ganhos nos mercados internacionais. Esta é a segunda sessão em que o crude valoriza esta semana, e a segunda subida desde que os principais produtores mundiais de petróleo decidiram manter as suas torneiras abertas.
Em Nova Iorque, o barril de West Texas Intermediate está a subir 0,66% para 67,32 dólares. E em Londres, o Brent ganha 0,28% para 70,74 dólares, no que é o barril de referência para a Europa e para Portugal.
Foi na quinta-feira, 27 de Novembro, que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu manter a sua quota actual nos 30 milhões de barris diários.
A resistência à redução na produção foi liderada pelo maior produtor mundial, a Arábia Saudita, que tenta assim manter a sua quota de mercado face ao aumento de produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos. Os norte-americanos estão a extrair 9,08 milhões de barris por dia, um terço da actual produção da OPEP – responsável por 40% do petróleo mundial.
Os analistas apontam que os preços de petróleo estão a recuperar depois das fortes quedas, mas alertam que as quedas poderão regressar.
"Houve uma recuperação técnica das fortes quedas registadas antes e depois do encontro da OPEP. Alguma recuperação é normal, mas a tendência de queda permanece normal. Existe a possibilidade dos preços continuarem a cair", disse à Reuters Harry Tchilinguirian, analista do BNP Paribas.
O petróleo entrou em mercado urso este ano ("bear market"), isto é, caiu mais de 20% desde o seu último máximo, registado em Junho. Desde então, o West Texas Intermediate caiu 37% e o Brent perdeu 38%.
A Arábia Saudita já veio a público avisar que não está disposta a perder quota de mercado "para ninguém". A hipótese de fechar a torneira só aconteceria se outros produtores dessem "garantias razoáveis" que iriam manter a sua quota de produção, segundo o príncipe Turki Al-Faisal, citado pela Bloomberg.
"Já tentámos isto no passado. Mas, infelizmente, outros produtores tiraram partido, não só dos cortes sauditas, mas também das reduções dos Emirados Árabes Unidos e do Kuwait", afirmou o responsável saudita.