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Divisão na cimeira da OPEP impediu corte da quota de produção

A reunião do cartel do petróleo ficou marcada pelo agravamento das divisões entre os 12 países membros da organização. Os países do Golfo Pérsico terão impedido um eventual corte da quota de produção.

Reuters
Diogo Ferreira Nunes diogonunes@negocios.pt 02 de Dezembro de 2014 às 13:31

8-4. Este terá sido o resultado da divisão na mais recente cimeira da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Os relatos de responsáveis ligados ao encontro confirmam a divisão dos membros do cartel relativamente a um eventual corte da quota de produção média conjunta diária, adianta a Bloomberg esta terça-feira, 2 de Dezembro.

 

A unanimidade seria a condição necessária para que os 12 membros da OPEP anunciassem um corte da produção média diária. No entanto, não houve acordo. Dois terços dos países da OPEP pretendiam o corte da produção de petróleo. Angola, Iraque, Irão, Venezuela, Nigéria, Argélia, Líbia e Equador eram os oito membros da organização a favor desta diminuição. Contudo, estes países acumulam menos de metade da produção dentro da OPEP.

 

Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Qatar mantiveram a posição defendida antes da cimeira, ou seja, pretendiam que a quota de produção diária se mantivesse nos 30 milhões de barris. Estes países têm uma quota conjunta de 53,14%, de acordo com os dados da OPEP. Esta posição permitiu concretizar a manutenção da quota de produção, com consequências para o preço do crude nos mercados internacionais. O Brent cede 7,74% desde quinta-feira. O WTI acumula uma queda semelhante, de 7,78%, desde o anúncio da OPEP a 27 de Novembro.

 

A tendência de descida do preço do petróleo nos mercados internacionais é desfavorável para vários países produtores, como Angola. O Ministério das Finanças anunciou na segunda-feira, 1 de Dezembro, que vai entrar num "exercício de austeridade", provocado pela descida do preço do petróleo. 

 

"Vários principais produtores de petróleo enfrentarão défices orçamentais resultantes dos preços de petróleo mais baixos. Alguns produtores, como a Arábia Saudita, podem suportar melhor os preços de petróleo mais baixos que outros, mas a pressão irá aumentar na OPEP se os preços descerem ainda mais", detalhou a nota do Ministério das Finanças angolano.

 

Actualmente, o Brent desvaloriza 1,09% para 71,72 dólares e o WTI cede 1,55% para 67,93 dólares.

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