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Angola entra num "exercício de austeridade"
O Ministério das Finanças de Angola anuncia uma redefinição da despesa pública devido à descida do preço do petróleo.
O Ministério das Finanças de Angola anunciou que a economia do país vai entrar num "exercício de austeridade", provocado pela descida do preço do petróleo. Uma nota do ministério liderado por Armando Manuel, datada de 29 de Novembro, dá conta deste novo cenário. "Este quadro [preços do petróleo baixos] demandará para a economia angolana, um exercício de austeridade e repriorização na despesa pública, para assegurar a sustentabilidade da agenda de Desenvolvimento, assim como demandará uma acentuada racionalidade da parte de todos os agentes económicos (incluindo as famílias e empresas)", explica-se na referida nota.
As autoridades angolanas lembram que o preço do barril oscila entre os 70 e 90 dólares e que o se o crescimento económico global se mantiver estagnado, "o petróleo irá permanecer na zona inferior da faixa de preços".
"Vários principais produtores de petróleo enfrentarão défices orçamentais resultantes dos preços de petróleo mais baixos. Alguns produtores, como a Arábia Saudita, podem suportar melhor os preços de petróleo mais baixos que outros, mas a pressão irá aumentar na OPEP se os preços descerem ainda mais", sublinha o Ministério das Finanças angolano. No passado dia 28 de Novembro, a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), que controla 40% da produção mundial, reunida em Viena, decidiu manter a produção inalterada em 30 milhões de barris/dia. Países como Angola defendiam uma redução da produção de forma a aumentar o valor de mercado desta matéria-prima.
O plano de desenvolvimento de Angola, concebido para o quinquénio 2013-2017, contempla o investimento em infra-estruturas, a diversificação da economia, de forma a diminuir a dependência face ao petróleo, e a aposta em áreas como a saúde, a educação e a agricultura.
No Orçamento para 2015, o Governo de Angola prevê um valor de referência do petróleo de 81 dólares.