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OPEP+ faz disparar petróleo. Texas acena ao "shale" e Goldman revê preços em alta

Os preços do crude estão a registar a maior subida em mais de um ano. Os EUA já reagiram e há casas de investimento a elevarem as suas projeções.

Reuters
03 de Abril de 2023 às 17:07
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Os preços do "ouro negro" estão a subir, registando a maior valorização em mais de um ano, depois do anúncio feito ontem de um corte inesperado da oferta de crude por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados – o chamado grupo OPEP+.

 

A OPEP+ vai apertar as torneiras em mais de um milhão de barris por dia a partir de maio. O anúncio surpreendeu os mercados, que esperavam que o cartel mantivesse estável o seu nível agregado de produção pelo menos até à próxima reunião, que está agendada para 5 e 6 de julho.

 

A decisão de retirar do mercado 1,16 milhões de barris diários – só a Arábia Saudita vai cortar 500 mil barris por dia – rapidamente teve eco nos mercados petrolíferos e nas estimativas para os preços.

 

O Goldman Sachs reviu em alta as suas projeções para este ano e para o próximo, antevendo agora que o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, para 95 dólares por barril este ano e 100 dólares no próximo (quando esperava 97 dólares em 2024).

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue agora a escalar 5,87% para 80,11 dólares por barril. Isto depois de já ter estado a negociar em máximos de janeiro.

 

Por seu lado, o Brent ganha 5,72% para 84,46 dólares – depois de fechar o primeiro trimestre do ano a cair 5,7%. A cotação já esteve hoje a disparar 8%, na maior subida desde março de 2022, ao fixar-se nos 86,44 dólares (o valor mais alto desde 7 de março).

No mês passado, o Brent chegou a cair para 70 dólares/barril, a cotação mais baixa em 15 meses.

 

Os Estados Unidos já reagiram a este corte que vai ser implementado a partir do próximo mês. A Casa Branca referiu que a decisão da OPEP+ não é sensata e sublinhou que os EUA vão trabalhar com os produtores e consumidores para conter a subida dos preços da gasolina.

 

No ano passado, recorde-se, o presidente Joe Biden ordenou a libertação de um volume sem precedentes de crude das reservas estratégicas do país – isto depois da forte subida dos preços na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.

 

Hoje, o Estado do Texas já veio dizer que esta pode ser uma boa oportunidade para reforçar a produção de "shale oil" – crude extraído das rochas de xisto betuminoso.

Com a Agência Internacional de Energia (AIE) a prever que a procura por crude aumente em finais deste ano, há agora um renovado risco de um novo ímpeto inflacionista na economia global.
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