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Diesel pode ficar até 19 cêntimos mais caro na próxima semana. Gasolina deverá subir 9 cêntimos

A invasão de Vladimir Putin à Ucrânia está a agravar as cotações do petróleo e os derivados no mercado internacional. Este disparo deverá levar a um aumento histórico do preço final pagos pelos consumidores nos postos de abastecimento do gasóleo e da gasolina.

Neste cenário, os governos pontapeiam as metas climáticas e apoiam o investimento em combustíveis fósseis, para combater a inflação e o risco de agitação social enquanto repensam o caminho para um futuro baixo em carbono.

Apercebendo-se da subida dos preços das matérias-primas e do risco de um desastre económico devido ao calendário irrealista para a transição energética, os decisores políticos dão mais importância a sustentar a economia a curto prazo do que a salvar o ambiente a longo prazo.

Durante cinco anos, os Governos aliviam a burocracia no que toca ao investimento na produção de petróleo e durante dez anos flexibilizam os processos para a produção de gás natural, para incentivar os produtores a assegurarem abastecimentos adequados e preços razoáveis, colmatando assim a lacuna entre a energia disponível no presente e a energia limpa prevista para o futuro.
Pedro Brutt Pacheco
04 de Março de 2022 às 11:47
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O conflito na Ucrânia está a fazer disparar os preços do petróleo nos mercados internacionais. Os contratos para entrega em abril e maio renovaram esta semana máximos de 2014, impulsionando o valor dos derivados (gasóleo e gasolina) e, consequentemente, o preço final dos combustíveis pago pelos consumidores nas bombas de gasolina.

A partir da próxima segunda-feira, a gasolina e o gasóleo deverão subir como não era visto há pelo menos uma década. A gasolina simples 95 poderá aumentar cerca de nove cêntimos, para um preço máximo de 1,929 euros por litro, enquanto o diesel simples poderá ficar mesmo até 19 cêntimos mais caro, podendo chegar aos 1,873 euros por litro, segundo as contas do Negócios.

Sendo um terço do montante do preço final do combustível determinado pelas cotações do petróleo e seus derivados no mercado internacional, segundo o relatório da BA&N Research Unit, esta subida dos preços dos combustíveis pode ser explicada pelo disparo dos futuros do "ouro negro", assim como os dos derivados (gasóleo e gasolina) - com entrega prevista em março e abril - negociados esta semana.

Durante o mês de fevereiro, tanto o gasóleo como a gasolina aumentaram cerca de sete cêntimos nos postos de abastecimento portugueses. "Os hipermercados mantêm as ofertas mais competitivas nos combustíveis rodoviários, seguidos pelos operadores do segmento low cost", segundo os dados divulgados esta sexta-feira pela Entidade Reguladora de Serviços Energéticos.

Braga e Aveiro registaram os preços de gasóleo e gasolina mais baixos, enquanto Bragança, Beja, Faro e Lisboa apresentaram os preços mais altos, de acordo com a informação prestada pelo organismo liderado por Pedro Verdelho.

Os futuros sobre a gasolina, negociados no mercado nova-iorquino, dispararam pela primeira vez desde 2014 para o patamar nos 1.000 dólares por barril, enquanto os futuros sobre o gasóleo estiveram a ser cotados acima da linha dos 900 dólares. O petróleo está a somar esta sexta-feira mais de 2% no mercado internacional, tendo voltado a ultrapassar a fasquia dos 110 dólares por barril.

Os futuros sobre West Texas Intermediate (WTI), com entrega prevista em abril e negociados em Nova Iorque, seguem a escalar 2,19% para 110,06 dólares por barril. Já os futuros sobre o Brent, com entrega prevista em maio - referência para as importações europeias – estão a disparar 2,09% para 112,77 dólares por barril.



Os cálculos do Negócios têm por base a evolução destes dois derivados do petróleo (gasóleo e gasolina) e do euro. Mas o custo dos combustíveis na bomba dependerá sempre de cada posto de abastecimento, da marca e da zona onde se encontra. Os novos preços têm em conta as variações calculadas pelo Negócios face ao preço médio praticado em Portugal esta semana e anunciado pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

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