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Guerra chega às bombas de gasolina. Combustíveis sobem em força na próxima semana

A invasão da Ucrânia pelo Kremlin fez disparar a cotação do petróleo e derivados nos mercados internacionais, renovando máximos de 2014. Para os próximos tempos, os analistas esperam que os investidores consigam digerir os riscos de uma guerra e reduzir o preço da família do "ouro negro".

Neste cenário, os governos pontapeiam as metas climáticas e apoiam o investimento em combustíveis fósseis, para combater a inflação e o risco de agitação social enquanto repensam o caminho para um futuro baixo em carbono.

Apercebendo-se da subida dos preços das matérias-primas e do risco de um desastre económico devido ao calendário irrealista para a transição energética, os decisores políticos dão mais importância a sustentar a economia a curto prazo do que a salvar o ambiente a longo prazo.

Durante cinco anos, os Governos aliviam a burocracia no que toca ao investimento na produção de petróleo e durante dez anos flexibilizam os processos para a produção de gás natural, para incentivar os produtores a assegurarem abastecimentos adequados e preços razoáveis, colmatando assim a lacuna entre a energia disponível no presente e a energia limpa prevista para o futuro.
Pedro Brutt Pacheco
25 de Fevereiro de 2022 às 13:52
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Depois de uma aparente calma na semana passada, os preços dos combustíveis vão voltar a subir em Portugal, e em força, motivados pela invasão da Ucrânia pelas forças russas, o que fez disparar a cotação do petróleo e derivados no mercado internacional.

A partir de segunda-feira, dia 28 de fevereiro, a gasolina e gasóleo sobem cerca de dois cêntimos, passando a gasolina simples 95 a custar cerca de 1,834 euros por litro, enquanto o preço do diesel simples sobe para 1,675 euros por litro, segundo as contas do Negócios.

Sendo um terço do montante do preço final do combustível determinado pelas cotações do petróleo e seus derivados no mercado internacional, segundo o relatório da BA&N Research Unit, esta subida dos preços dos combustíveis pode ser explicada pelo disparo dos futuros do "ouro negro", assim como os dos derivados (gasóleo e gasolina) - com entrega prevista em março e abril - negociados esta semana.

Os futuros sobre a gasolina, negociados no mercado nova-iorquino, dispararam pela primeira vez desde 2014 para o patamar nos 900 dólares por tonelada, enquanto os futuros sobre o gasóleo estiveram a ser cotados acima da linha dos 800 dólares.

Hoje, o petróleo, que ontem ultrapassou pela primeira vez a fasquia dos 105 dólares, como não era visto há oito anos, está agora a descer.

O West Texas Intermediate (WTI), referência para o mercado norte-americano, segue a desvalorizar 0,16% para 92,64 dólares por barril.

Já o Brent - referência para as importações europeias - está a cair 0,38%, com o barril a cotar nos 98,72 dólares.

"Os mercados parecem estar a saber digerir os riscos. As sanções anunciadas contra a Rússia são importantes para a economia russa, mas a economia russa em si, tirando a energia que continua fluir, não é extremamente essencial para o mercado global", explicou Paul Donovan, economista-chefe do UBS Global Wealth Management, em entrevista à Reuters.

Os cálculos do Negócios têm por base a evolução destes dois derivados do petróleo (gasóleo e gasolina) e do euro. Mas o custo dos combustíveis na bomba dependerá sempre de cada posto de abastecimento, da marca e da zona onde se encontra.

Os novos preços têm em conta as variações calculadas pelo Negócios face ao preço médio praticado em Portugal esta semana e anunciado pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).
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