Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Ao fim de oito semanas preço da gasolina estanca e gasóleo sobe um cêntimo

As cotações do petróleo e derivados aliviaram durante esta semana acabando por travar a subida de oito semanas consecutivas dos preços dos combustíveis.

Neste cenário, os governos pontapeiam as metas climáticas e apoiam o investimento em combustíveis fósseis, para combater a inflação e o risco de agitação social enquanto repensam o caminho para um futuro baixo em carbono.

Apercebendo-se da subida dos preços das matérias-primas e do risco de um desastre económico devido ao calendário irrealista para a transição energética, os decisores políticos dão mais importância a sustentar a economia a curto prazo do que a salvar o ambiente a longo prazo.

Durante cinco anos, os Governos aliviam a burocracia no que toca ao investimento na produção de petróleo e durante dez anos flexibilizam os processos para a produção de gás natural, para incentivar os produtores a assegurarem abastecimentos adequados e preços razoáveis, colmatando assim a lacuna entre a energia disponível no presente e a energia limpa prevista para o futuro.
Pedro Brutt Pacheco
18 de Fevereiro de 2022 às 15:42
  • 6
  • ...
Depois de oito subidas semanais consecutivas, a "montanha russa" das cotações do petróleo e seus derivados nos mercados internacionais acalmou, estancando o aumento do preço da gasolina e elevando apenas de forma muito ligeira o custo do gasóleo.

A partir de segunda-feira, dia 21 de fevereiro, a gasolina sobe menos de um cêntimo, acabando por não impactar no preço pago pelo consumidor final, que se fixará em 1,806 euros por litro, segundo as contas do Negócios. Já o diesel sobe cerca de um cêntimo para 1,652 euros por litro.

Sendo um terço do montante do preço final do combustível determinado pelas cotações do petróleo e seus derivados no mercado internacional, segundo o relatório da BA&N Research Unit, esta travagem na subida dos preços dos combustíveis a que se tem assistido nas últimas semanas pode ser explicada pela queda dos futuros do "ouro negro", assim como os dos derivados (gasóleo e gasolina) -- com entrega prevista em março e abril -- negociados esta semana.

O West Texas Intermediate (WTI), referência para o mercado norte-americano, segue a desvalorizar 2,8% para 89,22 dólares por barril, estando a caminho da primeira queda semanal do ano, colocando um fim a um rali de oito semanas, o mais longo desde outubro.

Já o Brent -- referência para as importações europeias -- depois de no início desta semana ter ultrapassado pela primeira vez desde 2014 o patamar dos 96 dólares, está a cair 2,7%, com o barril a cotar nos 90,45 dólares.

Para os analistas, esta queda na cotação pode ser explicada pela "expectativa que os barris iranianos invadam o mercado ajudando a cobrir a grande procura". O mercado especula que é possível reavivar o acordo nuclear de 2015 com o Irão, abrindo caminho para o fim das sanções impostas pelos EUA às exportações do país, o que poderia reforçar a oferta de petróleo, que desde o início do ano -- ao contrário do que era esperado pela Agência Internacional de Energia -- não conseguiu aliviar a procura.

No início desta semana, Ali Bagheri Kani, responsável por representar o Irão nas negociações em Viena, escreveu no Twitter: "que estamos mais perto do que nunca de restaurar o acordo [nuclear de 2015]".

"A crise ucraniana está a ficar para um segundo plano diante da possibilidade de os barris ucranianos poderem invadir o mercado, acabando com o desequilibro entre oferta e procura. O prémio de risco geopolítico está a diminuir", comentou Stephen Brennock, analista da PVM Oil Associates, em entrevista à Bloomberg TV.

Os cálculos do Negócios têm por base a evolução destes dois derivados do petróleo (gasóleo e gasolina) e do euro. Mas o custo dos combustíveis na bomba dependerá sempre de cada posto de abastecimento, da marca e da zona onde se encontra.

Os novos preços têm em conta as variações calculadas pelo Negócios face ao preço médio praticado em Portugal esta semana e anunciado pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Ver comentários
Saber mais Negócios Irão economia negócios e finanças energia petróleo e gás (distribuição) economia (geral)
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio