Notícia
Brent já perde 13% na semana e está prestes a baixar os 50 dólares
Os preços do petróleo estão a ter a sua pior semana desde 2011, antes da reunião de dois dias da OPEP, marcada para a próxima semana. A Arábia Saudita quer aprofundar cortes, mas pode ter a Rússia como entrave.
O preço do petróleo Brent, que serve de referência para Portugal, está a desvalorizar 3,60% para os 50,30 dólares por barril na sessão desta sexta-feira, 28 de fevereiro, alargando o ciclo de quedas pela sexta sessão consecutiva. Na semana, o ativo negociado em Londres já perdeu 13% do valor, naquela que é a pior semana desde 2011.
O norte-amerciano WTI (West Texas Intermediate) segue-lhe os passos e perde 2,9% na sessão de hoje para os 45,35 dólares por barril. Na semana, o preço desta matéria-prima recuou 14,48%.
Na próxima semana, os membros da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os aliados liderados pela Rússia) vão reunir-se em Viena, na Áustria, num encontro de dois dias (5 e 6 de março), para tomarem medidas capazes de voltar a equilibrar os preços no mercado.
No início deste mês, o comité técnico da OPEP+ esteve reunido durante três dias e recomendou um corte extraordinário de 600 mil barris por dia, que representa 0,6% da oferta global de petróleo. No entanto, não foi um número consensual, uma vez que a Rússia e a Arábia Saudita disputaram um finca-pé até à última hora para se alinharem com este valor. Apesar desta recomendação por parte do comité técnico do cartel, caberia sempre aos ministros da energia de cada país decidir posteriormente o volume da redução da oferta.
Por um lado, os técnicos de Riade pretendiam um corte extraordinário maior, de cerca de 1 milhão de barris por dia. Por outro, Moscovo pretendia esperar pela reunião de março para fazer um ponto da situação do impacto que o coronavírus estaria a ter nos preços. Essa intransigência soviética levou mesmo a que o cartel não marcasse uma reunião extraordinária ainda em fevereiro para fazer face à descida de preços, como seria esperado.
Agora, o reino da Arábia Saudita volta novamente à carga e exige um corte de 1 milhão de barris por dia, dada a grande queda dos preços de petróleo, segundo o Financial Times, e espera-se que a mão forte do país dentro do grupo de 24 países - 14 membros da OPEP e os seus 10 aliados - faça Moscovo ceder. O desalinhamento entre os dois países nas reuniões da OPEP+ é habitual mas, por norma, acaba em compromisso.
A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo e, por norma, pretende sempre cortar os níveis da produção para elevar o preço do pretóleo, uma vez que o setor representa cerca de metade do PIB (produto interno bruto) do país e cerca de 70% do valor total das suas exportações. Ainda para mais a sua coqueluche estatal, a Saudi Aramco, só tem a ganhar com uma nova subida de preços.
Por esta altura, a procura pela matéria-prima tem conhecido uma grande queda e tal tem-se refletido na produção média dos países. No seu relatório mensal de fevereiro, a OPEP cortou a sua previsão para a procura global em cerca de um terço, para os 440 mil barris por dia, devido ao impacto do coronavírus que travou a procura pela matéria-prima na China - um dos maiores consumidores do mundo.
A juntar a isto, a situação na Líbia - um dos membros do cartel - pode ser outro catalisador para a organização atuar. Em cerca de um mês, a produção de petróleo na Líbia derrapou 90,59%, numa altura em que o general Khalifa Haftar continua a bloquear o oleoduto que liga os principais campos de petróleo ao porto de Zawiya, na costa noroeste da Líbia, e encerrou os campos de produção no leste do país.
Esta agressiva queda na produção da matéria-prima causou até ao momento um prejuízo de 2,1 mil milhões de dólares à Líbia, cuja economia depende principalmente do setor petrolífero, que representa cerca de 70% das exportações e corresponde a cerca de 60% do PIB total do país (juntamente com a produção de gás).
O norte-amerciano WTI (West Texas Intermediate) segue-lhe os passos e perde 2,9% na sessão de hoje para os 45,35 dólares por barril. Na semana, o preço desta matéria-prima recuou 14,48%.
No início deste mês, o comité técnico da OPEP+ esteve reunido durante três dias e recomendou um corte extraordinário de 600 mil barris por dia, que representa 0,6% da oferta global de petróleo. No entanto, não foi um número consensual, uma vez que a Rússia e a Arábia Saudita disputaram um finca-pé até à última hora para se alinharem com este valor. Apesar desta recomendação por parte do comité técnico do cartel, caberia sempre aos ministros da energia de cada país decidir posteriormente o volume da redução da oferta.
Por um lado, os técnicos de Riade pretendiam um corte extraordinário maior, de cerca de 1 milhão de barris por dia. Por outro, Moscovo pretendia esperar pela reunião de março para fazer um ponto da situação do impacto que o coronavírus estaria a ter nos preços. Essa intransigência soviética levou mesmo a que o cartel não marcasse uma reunião extraordinária ainda em fevereiro para fazer face à descida de preços, como seria esperado.
Agora, o reino da Arábia Saudita volta novamente à carga e exige um corte de 1 milhão de barris por dia, dada a grande queda dos preços de petróleo, segundo o Financial Times, e espera-se que a mão forte do país dentro do grupo de 24 países - 14 membros da OPEP e os seus 10 aliados - faça Moscovo ceder. O desalinhamento entre os dois países nas reuniões da OPEP+ é habitual mas, por norma, acaba em compromisso.
A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo e, por norma, pretende sempre cortar os níveis da produção para elevar o preço do pretóleo, uma vez que o setor representa cerca de metade do PIB (produto interno bruto) do país e cerca de 70% do valor total das suas exportações. Ainda para mais a sua coqueluche estatal, a Saudi Aramco, só tem a ganhar com uma nova subida de preços.
Por esta altura, a procura pela matéria-prima tem conhecido uma grande queda e tal tem-se refletido na produção média dos países. No seu relatório mensal de fevereiro, a OPEP cortou a sua previsão para a procura global em cerca de um terço, para os 440 mil barris por dia, devido ao impacto do coronavírus que travou a procura pela matéria-prima na China - um dos maiores consumidores do mundo.
A juntar a isto, a situação na Líbia - um dos membros do cartel - pode ser outro catalisador para a organização atuar. Em cerca de um mês, a produção de petróleo na Líbia derrapou 90,59%, numa altura em que o general Khalifa Haftar continua a bloquear o oleoduto que liga os principais campos de petróleo ao porto de Zawiya, na costa noroeste da Líbia, e encerrou os campos de produção no leste do país.
Esta agressiva queda na produção da matéria-prima causou até ao momento um prejuízo de 2,1 mil milhões de dólares à Líbia, cuja economia depende principalmente do setor petrolífero, que representa cerca de 70% das exportações e corresponde a cerca de 60% do PIB total do país (juntamente com a produção de gás).