Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

AIE: Procura global por petróleo vai contrair pela primeira vez em mais de uma década

A Agência Internacional da Energia alertou que a procura global pela matéria-prima vai cair pela primeira vez em mais de dez anos no primeiro trimestre deste ano. Queda na procura chinesa é o principal catalisador.

Gonçalo Almeida goncaloalmeida@negocios.pt 13 de Fevereiro de 2020 às 11:08
A Agência Internacional de Energia (EIA, na sigla em inglês) antevê uma queda na procura por petróleo de 435 mil barris por dia no primeiro trimestre deste ano o que, a acontecer, representa a primeira contração em mais de uma década, segundo um relatório mensal divulgado pela instituição nesta quinta-feira, 13 de fevereiro. 

O principal catalisador desta diminuição de quase meio milhão de barris diários na procura é o coronavírus chinês que, até ao momento, provocou 1.300 vítimas mortais e causou 59.000 infetados a nível global. Para além das perdas humanas, a pneumonia viral levou ao encerramento de muitas fábricas dependentes da matéria-prima, bem como ao cancelamento de voos para o continente asiático, principalmente para a China, segundo a agência. 

Para o ano de 2020 como um todo, a AIE aponta para uma queda de 365 mil barris por dia na procura para os 825 mil barris diários, o volume mais baixo desde 2011. Para o final de 2019, a agência acrescentou que houve uma procura menor do que o esperado, fixada nos 885 mil barris por dia. 

Ontem, a OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) tinha também cortado a sua previsão para a procura da matéria-prima no mesmo período em cerca de um terço (440 mil barris por dia). Na China, a procura de petróleo diminuiu em cerca de três milhões de barris por dia, o que corresponde a 20% do consumo total e a agência de 'rating' Fitch disse que o vírus poderia continuar a impactar a procura em todo o mundo.   

Desde que o coronavírus começou a ter impacto nos mercados, no dia 20 de janeiro, o Brent desvalorizou 15,71% para os 55,25 dólares por barril e o norte-americano WTI recuou 13,56% para os 50,85 dólares. 

Na semana passada, o comité técnico da organização esteve reunido em Viena, na Áustria, e recomendou um corte extraordinário na produção de 600 mil barris por dia para conter o impacto do vírus e equilibrar os preços. No entanto, a Rússia ainda não parece totalmente convencida. Nas negociações, que se prolongaram pelo terceiro dia pela primeira vez na história devido ao conflito entre Moscovo e Riade, o comité técnico fez esta recomendação com o aval de todos os países. 

No entanto, uma decisão oficial só será tomada na reunião de ministros da OPEP marcada para os próximos dias 5 e 6 de março. Para já, sabe-se que a Rússia - o país que parece estar mais relutante em cumprir com a recomendação - esteve em discussões internas para decidir se dá luz verde ao corte extraordinário, mas nenhuma decisão foi tornada pública. 
Ver comentários
Saber mais petróleo eia agência internacional de energia opep cartel procura preços
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio