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Volte-face na OPEP+. Afinal, Rússia concorda com corte de produção

A resistência russa quebrou ao final do terceiro dia de negociações da OPEP+ e o ministro russo dos Negócios Estrangeiros disse apoiar a ideia de um corte extraordinário de 600 mil barris por dia.

Reuters
07 de Fevereiro de 2020 às 10:20
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Já há fumo branco nas negociações do comité técnico da OPEP+, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os aliados liderados pela Rússia, quanto às recomendações sobre um possível corte na produção para equilibrar os preços nos mercados. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, disse apoiar a ideia de um corte extraordinário de 600 mil barris por dia, que representa 0,6% da oferta global de petróleo, para voltar a trazer os preços a níveis superiores, numa altura em que o coronavírus tem feito estragos na procura global pela matéria prima. A Reuters adiantou que a redução de produção poderá começar de imediato e estender-se até junho. 

Depois de dois dias de negociações em Viena, na Áustria, os departamentos técnicos dos países representados viram-se obrigados a prolongar reunião para o terceiro dia, algo inédito na história do cartel, devido às divergências entre a Arábia Saudita e a Rússia. 

Riade começou por recomendar um corte extraordinário entre os 800 mil e 1 milhão de barris por dia. No entanto, dada a resistência de Moscovo, que considerava ser demasiado cedo para tomar decisões, o comité técnico da OPEP+ teve de negociar o volume de redução para 600 mil barris diários. Este valor teve a aceitação por parte de todos os 24 países do cartel, menos da Rússia.

Numa primeira fase, o país disse que poderia equacionar a hipótese de prolongar os cortes de produção extraordinários (na ordem dos 500 mil barris diários) acordados em dezembro do ano passado, com vencimento em março deste ano, mas que não avançariam com medidas adicionais. Até porque a economia russa é mais resiliente aos baixos preços da matéria-prima do que a saudita.

Mesmo com o suporte da Rússia, a função do comité técnico da OPEP+ é apenas a de recomendar aos ministros da energia e de petróleo dos países que pertencem ao cartel o que fazer. Para que as suas recomendações sejam postas em prática é preciso que os ministros reúnam e decidam o que fazer. Para já, sabe-se que as restrições atuais de 1,7 milhão de barris por dia vão-se manter, acordadas na última reunião, em novembro, altura em que o cartel definiu uma redução adicional da oferta, de 500 mil barris por dia.

Este encontro do comité técnico antecede a reunião da OPEP+ marcada inicialmente para 5 e 6 de março, mas que deverá ser antecipada para meados de fevereiro.
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