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OPEP+ considera corte extra de 500 mil barris por dia para conter impacto do vírus

O cartel dos maiores produtores de petróleo está a considerar um um corte extraordinário na próxima reunião, a realizar ainda este mês, para travar o impacto do vírus. O Brent já derrapou mais de 17% desde que os alarmes soaram.

Bloomberg
03 de Fevereiro de 2020 às 18:38
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados estão a equacionar um corte extraordinário na produção global de 500 mil barris por dia, para fazer face ao impacto que o coronavírus está a ter na procura pela matéria-prima. 

O cartel, que pondera antecipar a data da reunião de março para o final da próxima semana (14 e 15 de fevereiro), está a ponderar tomar medidas, numa altura em que os preços do petróleo têm conhecido fortes quedas consecutivas, segundo a agência Reuters.

Desde 20 de janeiro, altura em os mercados financeiros se aperceberam da magnitude desta crise de saúde na China (o primeiro caso na Europa foi identificado em França no dia 24 de janeiro), o Brent desvalorizou 17,65% para os 54,66 dólares por barril e o norte-americano WTI derrapou 2,46% para os 50,29 dólares. Os dois ativos estão a negociar em mínimos de janeiro do ano passado.

Para já, a OPEP e a Rússia vão realizar uma reunião técnica nos próximos dois dias (4 e 5 de fevereiro), em Viena, na Áustria, para analisarem a conjuntura da matéria-prima, com o objetivo de eventualmente ajustar as quotas de produção e controlar os preços. 

Este encontro do comité técnico antecede a reunião da OPEP+ marcada inicialmente para 5 e 6 de março (mas que deverá ser antecipada, falando-se em 14 e 15 de fevereiro) e destinada a fazer um balanço do novo corte de produção anunciado na última reunião, em novembro, altura em que o cartel definiu uma redução adicional da oferta, de 500 mil barris por dia, para os primeiros três meses de 2020 - o que faz com que o corte total da oferta de crude no mercado se tenha fixado nos 1,7 milhões de barris por dia. 

Importa saber se os 24 países - 14 membros da OPEP e os seus 10 aliados - estão a cumprir as  suas quotas de produção, já que se "prevaricarem" e excederem os níveis de produção estabelecidos, podem minar os esforços gerais. A Arábia Saudita terá uma mão forte, uma vez que o reino saudita precisa que os preços do pet´roleo subam para equilibrar o seu orçamento e porque a estatal Aramco só tem a ganhar com preços mais altos.

No entanto, dada a evolução dos preços e a queda da procura, o cartel pode ser obrigado a atuar no imediato. Na China, a procura de petróleo diminuiu em cerca de três milhões de barris por dia, o que corresponde a 20% do consumo total e a agência de 'rating' Fitch disse que o vírus poderia continuar a impactar a procura em todo o mundo. 

 

Esta queda é, possivelmente, o mais forte choque da procura que o mercado petrolífero já sofreu desde a crise financeira mundial de 2008 e 2009, e a mais súbita redução desde os ataques do 11 de setembro.

Hoje, o ministro iraniano do petróleo, Bijan Zanganeh, apelou a novas medidas que controlem o impacto do vírus à OPEP e a Arábia Saudita já tinha considerado um corte temporário de um milhão de barris por dia para dar força ao mercado, segundo adiantou o Wall Street Journal.

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