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Procura de petróleo cai 20% na China com novo isolamento devido a coronavírus

A procura de "ouro negro" por parte da China diminuiu em 20%, numa altura em que o novo vírus debilita a economia. Cotações seguem em baixa nos mercados londrino e nova-iorquino.

Bloomberg
02 de Fevereiro de 2020 às 23:59
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A procura de petróleo diminuiu em cerca de três milhões de barris por dia, o que corresponde a 20% do consumo total, numa altura em que o novo coronavírus, com origem em Wuhan, afeta toda a economia do país, comentaram à Bloomberg fontes conhecedoras do setor energético chinês.

 

Esta queda é, possivelmente, o mais forte choque da procura que o mercado petrolífero já sofreu desde a crise financeira mundial de 2008 e 2009, e a mais súbita redução desde os ataques do 11 de setembro.

 
As cotações do crude seguem a ceder terreno na negociação fora de horas dos principais mercados internacionais, movimento que se agravou com a divulgação desta notícia.

O Brent do Mar do Norte (referência para as importações portuguesas) recua 1,38% para 55,84 dólares por barril em Londres, e o West Texas Intermediate (WTI), transacionado no mercado nova-iorquino, cede 1,14% para 50,97 dólares.

"A China é o maior importador mundial de petróleo, depois de suplantar os EUA em 2016, pelo que qualquer alteração no consumo tem um impacto desmedido no mercado global da energia", salienta a Bloomberg.

O país consome cerca de 14 milhões de barris por dia - o que equivale às necessidades agregadas de França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul.

Este é, pois, mais um cenário que poderá levar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a intervir, sublinha a agência noticiosa.

 

O petróleo tem sido duramente penalizado pela perspetiva de uma menor procura por esta matéria-prima devido ao coronavírus (receios esses que estão agora a revelar-se certeiros), pelo que a OPEP está a pensar antecipar uma reunião que tinha inicialmente agendada para março, anunciou esta semana o ministro argelino da Energia, Mohamed Arkab.

 

De acordo com Arkab, é provável que o encontro marcado para março seja antecipado para fevereiro.

 

Recorde-se que a OPEP+ – membros do cartel e seus aliados – decidiu no passado dia 5 de dezembro não só prolongar os cortes de produção até ao fim de março de 2020 como também reforçar a dimensão da retirada de crude do mercado.

 

Agora, na provável reunião extraordinária de fevereiro, esses esforços poderão ser adicionalmente intensificados.

A China colocou milhões de pessoas em quarentena e prolongou o encerramento de atividades típico do Ano Novo. Muitos voos foram cancelados e as autoridades de todo omundo estão a tentar conter a propagação do coronavírus. 

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