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OPEP corta estimativas para a procura global de petróleo devido ao coronavirus

O cartel que reúne os maiores produtores de petróleo do mundo voltou a reduzir a sua perspetiva para a procura mundial por petróleo, devido ao impacto do coronavírus. No primeiro trimestre a procura deve reduzir-se em um terço.

12 de Fevereiro de 2020 às 14:08
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A OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) cortou a sua previsão para a procura global por petróleo para o primeiro trimestre deste ano em cerca de um terço, devido ao impacto do coronavírus que travou a procura pela matéria-prima na China - um dos maiores consumidores do mundo.  

O grupo que agrupa 24 países - 14 membros da OPEP e os seus 10 aliados - cortou as estimativas para a procura por petróleo em 440 mil barris por dia no primeiro trimestre, segundo o seu relatório mensal de fevereiro. Os preços do petróleo atingiram nesta semana mínimos de um ano, no mesmo dia em que surgiu a hipótese de a OPEP não avançar com a reunião de emergência ainda este mês. 

Na semana passada, o comité técnico da organização esteve reunido em Viena, na Áustria, e recomendou um corte extraordinário na produção de 600 mil barris por dia para conter o impacto do vírus e equilibrar os preços. No entanto, a Rússia ainda não parece totalmente convencida. Nas negociações, que se prolongaram pelo terceiro dia pela primeira vez na história devido ao conflito entre Moscovo e Riade, o comité técnico fez esta recomendação com o aval de todos os países. 

No entanto, uma decisão oficial só será tomada na reunião de ministros da OPEP marcada para os próximos dias 5 e 6 de março. Para já, sabe-se que a Rússia - o país que parece estar mais relutante em cumprir com a recomendação - esteve em discussões internas para decidir se dá luz verde ao corte extraordinário, mas nenhuma decisão foi tornada pública. 

Na China, a procura de petróleo diminuiu em cerca de três milhões de barris por dia, o que corresponde a 20% do consumo total e a agência de 'rating' Fitch disse que o vírus poderia continuar a impactar a procura em todo o mundo. 

Com este cenário, o cartel pode vir mesmo a ser obrigado a agir. A Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, quer ver os preços do petróleo em níveis superiores, uma vez que o setor petrolífero representa cerca de metade do PIB (produto interno bruto) do país e cerca de 70% do valor total das suas exportações. Ainda para mais a sua coqueluche estatal, a Saudi Aramco, só tem a ganhar com uma nova subida de preços. 
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