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Brexit atira ouro para máximo de dois anos

O valor do ouro continua a beneficiar da aversão à incerteza e a disparar em 2016. O Brexit veio impulsionar ainda mais a tendência, com o preço do metal precioso a somar quase 100 dólares desde o referendo.

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04 de Julho de 2016 às 09:49
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Brexit, Brexit e Brexit. O referendo britânico continua a marcar a agenda dos investidores, com o ouro a destacar-se como o principal beneficiado. O metal precioso dispara quase 100 dólares por onça desde que o Reino Unido foi às urnas, tendo mesmo voltado a superar a fasquia dos 1.300 dólares. Está agora a negociar num máximo de dois anos, com a forte procura a reflectir-se também nos ETF.

A 23 de Junho, os britânicos foram às urnas para decidirem se o futuro passava por estarem dentro ou fora da União Europeia. Tudo apontava para a vitória do "Remain", por isso não havia qualquer razão para uma fuga ao risco. Isso mesmo reflectia o ouro, que encerrou a sessão dessa quinta-feira a negociar nos 1.256,84 dólares por onça. Mas a vitória foi festejada pelos apoiantes do Brexit e os mercados tremeram.

Bolsas em forte queda, juros da dívida a disparar e a procura por refúgio a ganhar relevo. Só na sessão de sexta-feira, 24 de Junho, o ouro disparou 4,69% para 1.315,75 dólares. Mas a verdade é que, desde então, a tendência mantém-se, com o metal precioso a subir em seis das últimas sete sessões. Desde o referendo, o ouro valoriza um total de 92,8 dólares – equivalente a 7,38% -, negociando actualmente nos 1.349,64 dólares. Este é o valor mais elevado desde Março de 2014.

"O ambiente de juros baixos a nível mundial e a cada vez maior volatilidade nos mercados financeiros, resultado de vários desenvolvimentos geopolíticos importantes, aumentaram a atractividade do ouro enquanto investimento e activo de refúgio", explica Vyanne Lai, citada pela Bloomberg. Num ano em que o metal acumula um ganho de 25,6%, a economista do National Australia Bank argumenta que ainda há margem para mais valorizações, com a queda das expectativas em torno da subida dos juros pela Fed.

Certo é que, além do reflexo na própria matéria-prima, o cada vez maior interesse dos investidores por ouro verifica-se também nos ETF. Segundo os dados da Bloomberg, os activos cobertos por estes instrumentos financeiros ascendiam a 1.458,1 toneladas no início do ano. Agora, os ETF já representam 1.959,1 toneladas. Um crescimento médio de 23,9 toneladas por semana, sendo que aquela que se seguiu ao Brexit registou um aumento de 37 toneladas.

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