Os planos traçados para implementar uma bolsa para o ouro em Londres estão a causar uma guerra entre os bancos, que querem controlar mercado anual de cinco biliões de libras (5,3 biliões de euros).

Segundo o Financial Times (FT) de um lado está o Goldman Sachs, o banco mais influente no mercado de "commodities" e o chinês ICBC. Este consórcio quer que tanto o ouro, como a prata e outros metais preciosos sejam trocados numa plataforma desenhada e gerida pela London Metal Exchange, o centro mundial para a troca de metais.

Por seu lado, os bancos HSBC e JPMorgan querem manter o actual sistema, que tem sido acusado de ser "opaco" e apoiam uma iniciativa da London Bullion Market Association (uma associação que representa o mercado do ouro e prata)  para melhorar a transparência.

Esta questão coloca-se numa altura em que o mercado do ouro tem crescido em popularidade com os preços a aumentar 26% este ano, mostrando investidores nervosos com a redução das taxas de juro e com o Brexit.

O mercado do ouro em Londres tem também enfrentado uma concorrência crescente da China, o maior consumidor mundial do metal, através da Shanghai Gold Exchange. Os reguladores e outros responsáveis querem que bancos e investidores usem métodos mais parecidos com os das bolsas em vez dos actuais. Há 18 meses, o preço do ouro ainda era decidido por um pequeno número de bancos, que consultava os clientes por via telefónica, duas vezes por dia. Actualmente, existe uma plataforma electrónica mas a maioria dos negócios ainda são feitos ao balcão, salientou o FT.

Ainda que as mudanças possam melhorar a transparência e até a reduzir custos, muitos dos participantes no mercado estão com dúvidas, nomeadamente sobre a participação dos bancos na plataforma, para obter lucros.