A evolução do BCP e do BPI inverteu os termos de troca da fusão. No dia do anúncio, o prémio para quem aceitasse a fusão era de 2%, mas hoje, quem tenha duas acções do BCP pode vendê-las em bolsa e encaixar 6,86 euros. Se esperar pela fusão poderá receber uma acção do BPI avaliada em apenas 6,32 euros. Os investidores estão a apostar numa melhoria do rácio de troca de 2 para 1,84.

Na fusão anunciada, o Banco BPI [BPIn] propõe um rácio de troca de dois para um. Assim, quem tenha duas acções do BCP vai receber uma acção do BPI, caso a fusão avance.

No dia do anúncio, as acções do BPI estavam avaliadas em 6,51 euros e as do BCP em 3,19 euros. Assim, duas acções do BCP valiam 6,38 euros, menos 2% do que a cotação do BPI.

Ou seja, a proposta do BPI incorporava um rácio de troca favorável para os accionistas do BCP, já que aceitar a fusão era mais lucrativo do que vender acções do BCP no mercado, àqueles preços.

No entanto, com a evolução das acções de ambos em bolsa, o rácio de troca sofreu uma inversão. Isto porque, as acções do BCP valorizaram 7,5% e as do BPI caíam 2,9% desde a passada quinta-feira.

Assim, um investidor que tenha duas acções do BCP (que estão a cotar agora nos 3,43 euros) pode ir à bolsa de valores e vendê-las com um encaixe de 6,86 euros.

Mas pode esperar pela eventual fusão. Nesse dia, e se a cotação do BPI se mantiver nos actuais valores (6,32 euros), o investidor irá receber uma acção do banco liderado por Fernando Ulrich avaliada abaixo das duas acções que detêm no BCP.

Estes preços sugerem que, para se ter direito a uma acção do BPI, os accionistas do BCP só necessitariam de entregar 1,84 acções do banco e não as duas acções implícitas na proposta da administração de Fernando Ulrich.

O mercado está a apostar numa melhoria dos termos de troca que favoreça os accionistas do BCP.

As acções do BCP fecharam hoje em alta de 0,29% para os 3,43 euros e as do BPI caíram 2,77% até aos 6,32 euros.