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Tencent recupera em bolsa com China a aligeirar críticas aos jogos

As ações da gigante Tencent fecharam a subir mais de 2% esta quarta-feira, a recuperar da queda da sessão anterior, a maior numa década.

As empresas tecnológicas chinesas estão na mira dos fundos de investimento. Num ano em que os produtos que investem em acções com exposição à China estão entre os que mais sobem - com valorizações até 30% a 12 meses - , a Tencent é uma das maiores participações nas carteiras. A empresa de redes sociais e aplicações para telemóveis valoriza pouco mais de 1% em 2018, mas as avaliações dos analistas atribuem um potencial de subida de 27% às acções da companhia, com 96% de recomendações positivas. O facto de muitos sites e aplicações ocidentais, como o Google ou o Facebook, terem restrições de utilização na China, favorece os serviços da Tencent.
reuters
04 de Agosto de 2021 às 15:09
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A tecnológica chinesa Tencent recupera valor após a forte queda das ações na última sessão. Os títulos fecharam em terreno positivo na bolsa de Hong Kong, com uma subida de 2,42% para 456,80 dólares de Hong Kong (equivalente a cerca de 49,37 euros), seguindo-se a um dia em que as ações da Tencent chegaram a afundar 11%.

O tombo esteve relacionado com críticas veiculadas pelos meios de comunicação estatais da China, que compararam os jogos eletrónicos - uma das operações da Tencent - a "ópio espiritual" ou a "droga eletrónica". Em reação, a empresa anunciou restrições no acesso de menores de 12 anos a jogos.

A Tencent, que é dona do serviço de mensagens WeChat e de um dos maiores portais online do mercado chinês, tem também investimentos relevantes na área dos jogos. A empresa tem investimentos em gigantes da indústria de videojogos, desde a Epic Games, a responsável pelo fenómeno de jogos "Fortnite", até à Blizzard ou à Activision, responsáveis por jogos "World of Warcraft" ou a franquia "Call of Duty", respetivamente.

Apesar de o artigo onde os jogos eram retratados como altamente viciantes para os mais novos não mencionar diretamente a Tencent, as ações cederam na sessão de terça-feira dada a posição relevante que tem na área dos jogos. Depois de as tecnológicas tremerem com a comparação nos jornais, as ações recuperaram no dia em que a comunicação social chinesa aligeirou o tom das críticas à indústria de jogos.

Segundo a Bloomberg, o jornal People's Daily publicou um editorial, na sua edição internacional, onde sublinhou a necessidade de o Governo, escolas, famílias e a sociedade colaborarem para proteger conjuntamente os mais novos daquilo que é visto como excesso de jogos. Controlado pelo Comité Central do partido, as posições publicadas por este meio de comunicação são vistas como um reflexo dos líderes chineses, nota a agência.

Já Hu Xijin, editor do Global Times, também com ligações ao Governo chinês, escreveu na conta de WeChat que o artigo que inicialmente gerou polémica é "normal", mas levou a um "excesso de interpretação" do tema devido ao timing.

A peça foi publicada uma semana depois de a China demonstrar vontade de escrutinar as empresas chinesas ligadas ao setor privado da educação. Sendo uma das áreas de negócio em crescimento no mercado da China, as notícias de que os reguladores chineses pretendiam impedir que tutores académicos ou empresas da área registassem lucros criaram alguma pressão. Caso a medida entre em cena, as empresas que operam nesta área da educação precisariam de registar-se como empresas sem fins lucrativos.

Além disso, também o escrutínio às grandes tecnológicas, como é o caso da Alibaba, Tencent ou a Meituan, tem crescido de forma gradual na China. No mês passado, a China anunciou também uma nova ronda de multas às gigantes tecnológicas, também a Didi, a "Uber chinesa", por irregularidades relacionadas a acordos de fusão ou aquisição realizados ao longo da última década.
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