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Ações de gigantes chinesas como Tencent ou Alibaba afundam com receios de pressão regulatória de Pequim

Numa altura em que a pressão regulatória e o escrutínio ao negócio das tecnológicas chinesas tem vindo a crescer, as ações de algumas gigantes da indústria registaram a terceira sessão de quedas.

8.º Tencent – 430,6 mil milhões de dólares
27 de Julho de 2021 às 11:40
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As ações de gigantes tecnológicas chinesas afundaram nesta sessão, numa altura em que o governo de Pequim sinaliza que pretende apertar as regras na indústria. De forma gradual, a China tem vindo a mostrar vontade de escrutinar o negócio das tecnológicas, num país que já viu nascer empresas como a Tencent ou a gigante Alibaba.

No caso da Tencent, o grupo tecnológico registou a maior queda no espaço de uma década, ao fechar a sessão a ceder 8,98%, para uma cotação de 446 dólares de Hong Kong. A empresa, que é dona do WeChat e outros serviços de relevo no mercado chinês, chegou a cair 10% na sessão.

Já a gigante de comércio eletrónico Alibaba fechou a cair 6,35%, nos 179,90 dólares de Hong Kong. A maior queda pertenceu à plataforma de entrega de refeições Meituan, que afundou 17,66%, a cotar nos 194 dólares de Hong Kong. 

Com as tecnológicas em queda, o índice de referência Hang Seng, em Hong Kong, chegou a cair 5% e o tecnológico Hang Seng Tech cedeu 8,7%. Perante este cenário, o índice Nasdaq Golden Dragon China, que agrupa as 98 tecnológicas chinesas listadas nos EUA, chegou a cair 15% no espaço de dois dias - a maior queda registada desde 2008.

"Os índices chineses têm registado fortes quedas ao longo das últimas três sessões", comenta o analista da XTB, Henrique Tomé, em informação enviada às redações. "O CHNComp caiu quase 12% em relação ao fecho de quinta-feira. As últimas quedas no mercado chinês têm sido justificadas pelo setor da educação no país, no entanto, existem outros fatores que podem contribuir para estas pressões vendedoras que estamos a assistir", explica, apontando também para "o aumento da incerteza" ou para o "risco dos Jogos Olímpicos no Japão", que poderão "vir a contribuir também para um aumento significativo do número de casos em todo o mundo."

Estas descidas dos índices chineses são registadas num momento em que a China está a aumentar o escrutínio à atividade do setor tecnológico; além disso, Pequim também sinaliza a vontade de escrutinar o setor da educação privada, que está em franca expansão no país. Primeiro, chegaram as notícias, ainda na sexta-feira, de que o regulador chinês estaria interessado numa reforma à área da educação privada, sugerindo a vontade de impedir que tutores académicos ou empresas da área registem lucros. Caso a medida entre em cena, as empresas que operem nesta área da educação precisariam de registar-se como empresas sem fins lucrativos. Só na sexta-feira, segundo o Financial Times, as três principais empresas chinesas ligadas à educação, a TAL Education, Gaotu Techedu e a New Oriental Education, cotadas em Nova Iorque, terão perdido cerca de 16 mil milhões de dólares.

Já esta semana, a Tencent, dona do WeChat, a rede social onde são combinados serviços de conversações ou compras, anunciou a suspensão de novos registos na plataforma. A empresa anunciou que os registos estarão suspensos até que a atualização tecnológicas esteja completa, com o objetivo de "alinhar-se com as leis relevantes e as regulações". A empresa detalhou que antecipa que a atualização esteja "concretizada no início de agosto".

Segundo o Financial Times, a pressão regulatória tem aumentado desde que a plataforma de viagens Didi, descrita como "a Uber chinesa", se estreou em Nova Iorque, num IPO (oferta pública inicial) de 4,4 mil milhões de dólares. Poucos dias depois da estreia, no início deste mês, a entidade responsável pela área de cibersegurança na China anunciou uma investigação à segurança da empresa. 

Já no ano passado, o Ant Group de Jack Ma foi alvo de escrutínio. Os reguladores consideraram que a empresa deveria retificar o seu modelo de negócio, criticando o comportamento da empresa em relação aos concorrentes e consumidores e classificando ainda a gestão corporativa do grupo como "problemática".
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