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Índia pode ganhar com repressão às “big tech” na China
Os investidores colocam agora mais peso no "risco do governo" ao avaliar as empresas chinesas de tecnologia, fenómeno que poderá levar os investidores a apostar nas empresas indianas.
Com a investida do governo chinês contra o setor da tecnologia, os investidores globais que procuram exposição a mercados emergentes vão prestar mais atenção à Índia, diz Sumant Mandal, sócio-gerente da March Capital Partners, empresa de venture capital dos Estados Unidos.
Os investidores colocam agora mais peso no "risco do governo" ao avaliar as empresas chinesas de tecnologia, disse Mandal numa entrevista por vídeo. As startups indianas em áreas como Internet e software "cloud" oferecem fortes perspetivas de crescimento, mas sem um perfil de risco semelhante, disse Mandal, co-fundador da empresa com sede em Santa Monica, na Califórnia.
Os reguladores chineses querem impor mais regras às empresas de Internet, numa campanha que inclui vários aspetos, que vão desde os jogos até ao "culto do dinheiro", levantando dúvidas sobre as perspectivas de crescimento e lucro. Embora o setor de Internet da Índia seja muito menor em comparação com a China, recentemente tem gerado empresas avaliadas em milhares de milhões de dólares e ofertas públicas iniciais a um ritmo cada vez mais intenso.
"O mercado da China tem um tamanho e escala incomparáveis", afirma Mandal. "Mas a estrutura do risco-recompensa ligado à China mudou" e os investidores dos EUA, Europa, Ásia e Médio Oriente procuram agora equilibrar os portefólios ao redirecionar investimentos para o país vizinho.
A March Capital tem um longo histórico de apostas em startups indianas e tem planos para aumentar estes investimentos, afirma Sumant Mandal. O coronavírus mudou o comportamento do consumidor na Índia, o que beneficiou empresas de comércio eletrónico e as transações digitais, refere este responsável.
A empresa tem mais de mil milhões de dólares em ativos sob gestão, incluindo um fundo de 450 milhões de dólares fechado no início deste ano. No mês passado, a March fez duas saídas na Índia que representaram quase 6 mil milhões de dólares no total. A March saiu da empresa de serviços de pagamentos online BillDesk, que foi comprada por 4,7 mil milhões de dólares, poucos dias depois do IPO (oferta pública inicial) da CarTrade Tech.