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Equívoco com apelido Ma em investigação na China fez ações da Alibaba afundar mais de 9%
A imprensa chinesa avançou que alguém com o apelido Ma estaria prestes a enfrentar ações judiciais em Hangzhou. O facto de o quartel-general da Alibaba ficar neste local fez soar alarmes, com receios de que pudesse ser o fundador da companhia. Afinal, não se tratava de Jack Ma, mas as ações reagiram em forte baixa.
As ações da tecnológica chinesa Alibaba tiveram uma sessão agitada na bolsa de Hong Kong esta terça-feira. As ações da empresa chegaram a desvalorizar 9,4%, "apagando" cerca de 26 mil milhões de dólares de valor de mercado, o equivalente a 24,75 mil milhões de euros.
Esta reação aconteceu depois de a CCTV, um canal de televisão controlado pelo Estado chinês, avançar que um indivíduo com o apelido Ma estaria prestes a enfrentar a justiça na cidade de Hangzhou. O facto de o quartel-general da Alibaba ficar nesta cidade e a coincidência do apelido Ma - o fundador da empresa chama-se Jack Ma - pesou no sentimento dos investidores.
Afinal, a Alibaba tem estado na mira das autoridades chinesas e, depois de algumas declarações que criticavam as autoridades chinesas, também o fundador da companhia tem estado afastado dos eventos públicos.
Mais tarde, a polícia de Hangzhou veio a público esclarecer que a pessoa em questão não era Jack Ma, o fundador da Alibaba e do Ant Group. De acordo com a Bloomberg, o nome do fundador da Alibaba é composto por dois caracteres chineses, enquanto o da pessoa acusada conta com três caracteres, o equivalente a Ma Yun.
Após este esclarecimento, as ações da Alibaba iniciaram um movimento de recuperação, conseguindo eliminar parte das perdas. Assim, fecharam a sessão a desvalorizar 1,76% para 100,30 dólares de Hong Kong, o equivalente a 12,17 euros. Em Wall Street, onde a Alibaba também está cotada, as ações da Alibaba estão a desvalorizar cerca de 0,4% no pré-mercado.
O analista Willer Chen, da Forsyth Barr Asia, considera que a reação dos investidores "mostra um sentimento relativamente fraco na área tecnológica", partilhou com a Bloomberg. "Acho que o mercado está a ser um pouco sensível demais com isto".
De acordo com a imprensa chinesa, neste caso o Global Times, a pessoa acusada trabalhava como diretor de "research" de "hardware" e desenvolvimento numa empresa da área das tecnologias de informação, citando fontes não identificadas.
O setor tecnológico tem estado a ser fortemente pressionado pelas autoridade chinesas. Além de avultadas multas às companhias do setor ou a introdução de regras que obrigam a alterações nos negócios, também temas como entradas em bolsa têm sido alvo de escrutínio. No final de 2020, por exemplo, as autoridades impediram o IPO (oferta pública inicial) do Ant Group, também criado por Jack Ma.
Em setembro de 2021, a Alibaba foi alvo de uma coima de 2,8 mil milhões de dólares, onde era acusada de práticas anti-concorrenciais. Já este ano, as autoridades chinesas pressionaram também a Didi, conhecida como a "Uber da China", a sair da bolsa norte-americana, onde entrou no verão de 2021.