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Equívoco com apelido Ma em investigação na China fez ações da Alibaba afundar mais de 9%

A imprensa chinesa avançou que alguém com o apelido Ma estaria prestes a enfrentar ações judiciais em Hangzhou. O facto de o quartel-general da Alibaba ficar neste local fez soar alarmes, com receios de que pudesse ser o fundador da companhia. Afinal, não se tratava de Jack Ma, mas as ações reagiram em forte baixa.

Jack Ma, dono da Alibaba e do Ant Group, viu o IPO ser suspenso pelas entidades regulatórias.
Yuya Shino/Reuters
03 de Maio de 2022 às 13:02
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As ações da tecnológica chinesa Alibaba tiveram uma sessão agitada na bolsa de Hong Kong esta terça-feira. As ações da empresa chegaram a desvalorizar 9,4%, "apagando" cerca de 26 mil milhões de dólares de valor de mercado, o equivalente a 24,75 mil milhões de euros.


Esta reação aconteceu depois de a CCTV, um canal de televisão controlado pelo Estado chinês, avançar que um indivíduo com o apelido Ma estaria prestes a enfrentar a justiça na cidade de Hangzhou. O facto de o quartel-general da Alibaba ficar nesta cidade e a coincidência do apelido Ma - o fundador da empresa chama-se Jack Ma - pesou no sentimento dos investidores. 


Afinal, a Alibaba tem estado na mira das autoridades chinesas e, depois de algumas declarações que criticavam as autoridades chinesas, também o fundador da companhia tem estado afastado dos eventos públicos. 


Mais tarde, a polícia de Hangzhou veio a público esclarecer que a pessoa em questão não era Jack Ma, o fundador da Alibaba e do Ant Group. De acordo com a Bloomberg, o nome do fundador da Alibaba é composto por dois caracteres chineses, enquanto o da pessoa acusada conta com três caracteres, o equivalente a Ma Yun. 


Após este esclarecimento, as ações da Alibaba iniciaram um movimento de recuperação, conseguindo eliminar parte das perdas. Assim, fecharam a sessão a desvalorizar 1,76% para 100,30 dólares de Hong Kong, o equivalente a 12,17 euros. Em Wall Street, onde a Alibaba também está cotada, as ações da Alibaba estão a desvalorizar cerca de 0,4% no pré-mercado. 


O analista Willer Chen, da Forsyth Barr Asia, considera que a reação dos investidores "mostra um sentimento relativamente fraco na área tecnológica", partilhou com a Bloomberg. "Acho que o mercado está a ser um pouco sensível demais com isto". 


De acordo com a imprensa chinesa, neste caso o Global Times, a pessoa acusada trabalhava como diretor de "research" de "hardware" e desenvolvimento numa empresa da área das tecnologias de informação, citando fontes não identificadas. 

O setor tecnológico tem estado a ser fortemente pressionado pelas autoridade chinesas. Além de avultadas multas às companhias do setor ou a introdução de regras que obrigam a alterações nos negócios, também temas como entradas em bolsa têm sido alvo de escrutínio. No final de 2020, por exemplo, as autoridades impediram o IPO (oferta pública inicial) do Ant Group, também criado por Jack Ma. 

Em setembro de 2021, a Alibaba foi alvo de uma coima de 2,8 mil milhões de dólares, onde era acusada de práticas anti-concorrenciais. Já este ano, as autoridades chinesas pressionaram também a Didi, conhecida como a "Uber da China", a sair da bolsa norte-americana, onde entrou no verão de 2021.


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