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Tencent vende ações de empresa de jogos e agita tecnológicas chinesas cotadas em Hong Kong e EUA

A Tencent reduziu a participação que detém na empresa de jogos e comércio eletrónico Sea, vendendo um total de ações avaliado em três mil milhões de dólares. Esta movimentação da gigante tecnológica agitou as águas no índice Hang Seng Tech, que registou a maior queda desde julho.

David Kirton/Reuters
05 de Janeiro de 2022 às 11:22
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A gigante chinesa Tencent reduziu a participação que detém na Sea, uma empresa de Singapura ligada ao mundo dos jogos e comércio eletrónico. No total, a tecnológica vendeu ações avaliadas em três mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros). Esta movimentação levantou dúvidas sobre se mais empresas do setor da tecnologia na China poderão levar a cabo ações semelhantes, dado o quadro de crescente regulação vinda de Pequim.

Segundo a Bloomberg, esta redução serviu de combustível para as dúvidas dos investidores, que pesam se a Tencent e outras companheiras de setor na China  poderão vir a vender mais ações que detêm noutras empresas e a retirar alguns investimentos de empresas na área da tecnologia de consumo.

O governo de Pequim tem intensificado o escrutínio às tecnológicas do país, aplicando multas pesadas e a apontar o alvo a empresas do setor que tenham um comportamento de monopólio. Além da Tencent, também empresas como a Meituan, a Didi ou a JD.com têm sido mais escrutinadas por Pequim.

A redução da participação da Tencent na Sea gerou um "selloff" entre as principais tecnológicas da China, levando mesmo à maior queda desde julho no Hang Seng Tech Index, que agrupa as tecnológicas. Este índice afundou 4,6%, marcando a terceira sessão de quedas, com tecnológicas como a Meituan a cair cerca de 11% em Hong Kong ou a JD.com a tombar mais de 7% na sessão. Já as ações da Tencent derraparam 4,3%.

"As regras anti-monopólio da China e as preocupações dos reguladores sobre a privacidade de dados e a segurança na Internet poderá levar a mais retirada de investimento nas empresas da Internet no país ao longo dos próximos meses", antecipa Cecilia Chan, analista da Bloomberg Intelligence, citada numa nota.

De acordo com as estimativas feitas pela agência, até setembro do ano passado, a Tencent controlava um portefólio de investimentos avaliado em 185 mil milhões de dólares.

Quedas contagiam tecnológicas chinesas cotadas nos EUA
As perdas não se limitaram aos índices asiáticos, já que também as empresas chinesas que estão cotadas nos Estados Unidos foram "contagiadas" na sessão desta terça, com quedas que se estão a prolongar também no pré-mercado esta quarta-feira. 

Já no fecho da sessão desta terça-feira eram visíveis as quedas, nomeadamente em empresas como a Didi, que desvalorizou 4,76% e já esta quarta-feira segue a ceder 1,4% antes da abertura do mercado. A Didi, descrita como a "Uber chinesa", esteve no centro de uma polémica com Pequim no verão passado, já que escolheu os EUA para entrar em bolsa. Após pressão vinda dos reguladores chineses, a empresa prepara-se para abandonar Wall Street e deverá passar a ser cotada em Hong Kong.

Além da Didi, também a Bilibili caiu na sessão passada, com as perdas a ascender a 8,94%, enquanto esta quarta-feira está a depreciar 4% antes da abertura dos índices norte-americanos. Já a Pinduoduo, uma plataforma de comércio eletrónico, caiu ontem cerca de 11% e no pré-mercado está a ceder já 2,95%.

Esta terça-feira, o índice Nasdaq Golden Dragon China, onde estão cotadas várias tecnológicas da China, fechou a cair 4,3%, após a venda de várias ações da Sea detidas pela Tencent.
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