Notícia
Risco da dívida portuguesa recua após emissão com juro recorde (act)
Os juros das obrigações portuguesas a dez anos acentuaram a tendência de descida no mercado secundário e o "spread" face à dívida alemã já diminui. O comportamento segue-se à emissão hoje realizada pelo IGCP, onde Portugal pagou um juro recorde acima dos 6%. Vejam aqui o que dizem os economistas.
22 de Setembro de 2010 às 12:48
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(actualiza com evolução das yields e mais reacções de economistas)
Os juros das obrigações portuguesa acentuaram a tendência de quedas no mercado secundário, levando mesmo o prémio da dívida portuguesa face à alemã a diminuir, reflectindo o resultado da colocação de dívida pública portuguesa no mercado obrigacionista.
A taxa de retorno da dívida portuguesa cai 12 pontos base para 6,183%, depois de ter chegado a subir para 6,304% antes da emissão de dívida pública portuguesa, no valor de 750 milhões de euros. Os juros da dívida a cinco anos recuam oito pontos base para 4,959% e os das obrigações com maturidade em 2 anos ascende em cinco pontos base.
Portugal acompanha também a tendência de queda das "yields" da dívida da maioria dos países europeus. Na Alemanha, a "yield" das obrigações a 10 anos recua 9 pontos base.
O prémio pago aos investidores para que eles comprem dívida pública portuguesa em vez da alemã (no mercado secundário) é agora de 3,84 pontos percentuais, o que representa uma redução do “spread” face aos juros pagos ontem pelos dois países. Este diferencial, ou "spread", é um dos mais importantes indicadores de risco.
Juro recorde e procura forte
No leilão realizado hoje (mercado primário), o IGCP atraiu uma oferta robusta nas duas emissões mas acabou por pagar um juro superior a 6% na emissão com maturidade a 10 anos, sendo que no total das duas emissões, colocou um montante de dívida que ficou em linha com o montante mínimo indicativo de 750 milhões de euros.
“A procura de [dívida de] Portugal tem enfraquecido nos últimos dias, devido às preocupações relativamente à economia”, disse o responsável pelo departamento de análise do Evolution, Gary Jenkins ao Financial Times. “Mas a taxas de juro muito elevadas, os investidores estão dispostos a comprar a dívida”, acrescentou.
O director de estratégia do Standard Life Investments diz que “este é um sinal dos problemas de Portugal. [O país] não pode continuar a pagar juros cada vez mais altos”.
Os receios relativos às economia periféricas têm-se agravado nos últimos dias, com os investidores a pressionarem os juros das obrigações de Portugal e Irlanda e impulsionando os custos de financiamento da dívida. O analista do Commerzbank diz que o objectivo de redução do défice em dois pontos percentuais até ao fim do ano parece ser “quase impossível”.
Os juros das obrigações portuguesa acentuaram a tendência de quedas no mercado secundário, levando mesmo o prémio da dívida portuguesa face à alemã a diminuir, reflectindo o resultado da colocação de dívida pública portuguesa no mercado obrigacionista.
A taxa de retorno da dívida portuguesa cai 12 pontos base para 6,183%, depois de ter chegado a subir para 6,304% antes da emissão de dívida pública portuguesa, no valor de 750 milhões de euros. Os juros da dívida a cinco anos recuam oito pontos base para 4,959% e os das obrigações com maturidade em 2 anos ascende em cinco pontos base.
O prémio pago aos investidores para que eles comprem dívida pública portuguesa em vez da alemã (no mercado secundário) é agora de 3,84 pontos percentuais, o que representa uma redução do “spread” face aos juros pagos ontem pelos dois países. Este diferencial, ou "spread", é um dos mais importantes indicadores de risco.
Juro recorde e procura forte
No leilão realizado hoje (mercado primário), o IGCP atraiu uma oferta robusta nas duas emissões mas acabou por pagar um juro superior a 6% na emissão com maturidade a 10 anos, sendo que no total das duas emissões, colocou um montante de dívida que ficou em linha com o montante mínimo indicativo de 750 milhões de euros.
“A procura de [dívida de] Portugal tem enfraquecido nos últimos dias, devido às preocupações relativamente à economia”, disse o responsável pelo departamento de análise do Evolution, Gary Jenkins ao Financial Times. “Mas a taxas de juro muito elevadas, os investidores estão dispostos a comprar a dívida”, acrescentou.
Este é um sinal dos problemas de Portugal. [O país] não pode continuar a pagar juros cada vez mais altos.
Richard Batty, sobre os custos de financiamento de Portugal, ao Financial Times.
Richard Batty, sobre os custos de financiamento de Portugal, ao Financial Times.
Os receios relativos às economia periféricas têm-se agravado nos últimos dias, com os investidores a pressionarem os juros das obrigações de Portugal e Irlanda e impulsionando os custos de financiamento da dívida. O analista do Commerzbank diz que o objectivo de redução do défice em dois pontos percentuais até ao fim do ano parece ser “quase impossível”.