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O banco central mais antigo do mundo quer ser dos primeiros a emitir moeda digital

O banco central da Suécia publicou a primeira fase sobre o projeto piloto da e-krona, a moeda digital que pretende emitir até ao final de 2026.

Casper Hedberg
08 de Abril de 2021 às 13:08
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No ano do seu 353.º aniversário, o Riksbank - o banco central da Suécia e o mais antigo do mundo -, publicou a primeira fase do seu projeto piloto para emitir pela primeira vez a moeda digital e-krona, num processo que se avizinha demorado e sem garantias de sucesso, alerta. 

Depois de prever um avanço neste capítulo a partir de 2018, agora o banco central garante que este projeto não estará concluído até ao início do próximo ano e estabeleceu como meta o ano de 2026, garantindo que irá continuar a tentar avançar com a emissão até esta data. 

No documento, pode ler-se que "o uso do dinheiro na Suécia está a diminuir" e o Riksbank vê "potenciais problemas a surgirem com o declínio do dinheiro 
e está, portanto, a executar um projeto para investigar a possibilidade de produzir um complemento digital para o dinheiro, a que chamamos de e-krona".

O banco central diz que esta primeira fase do projeto-piloto do e-krona resultou na construção inicial de uma rede baseada na plataforma de blockchain R3 Corda. O projeto mostra que seria possível aplicar taxas de juros a uma moeda digital emitida por um banco central (CBDC, na sigla em inglês).

Mithra Sundberg, que lidera a unidade do Riksbank que está por detrás deste projeto, sugere que é importante o banco não se contentar com a tecnologia que pode estar por base da sua emissão, antes de descobrir todas as potencialidades e desvantagens de uma moeda digital. Com isto, o Riksbank deixa claro que não está a querer substituir o dinheiro, e que a e-krona - se for bem sucedida - vai exigir uma nova estrutura legal muito complexa antes de poder ser usada.

Mas 
Sundberg diz que o projeto da e-krona ainda não explorou todas as ramificações possíveis dentro do campo da política monetária, mas garante que a sua equipa está a olhar para as "possibilidades técnicas de ser capaz de alterar as taxas de juro". 

Na Suécia, o uso dinheiro em forma de notas e moedas está a desacelerar. No ano passado, os suecos foram os que menos dinheiro físico usaram entre sete outros mercados "maduros" incluídos no estudo Global Payments Report, da consultora McKinsey.

Mas nem todos os países olham para a diminuição do uso do dinheiro físico, como razão para embarcar num projeto de moeda digital. Na vizinha Noruega, outra sociedade que tem vindo a assistir a uma queda do uso de notas e moedas, o banco central diz que não há "necessidade urgente" de introduzir uma moeda digital.


O tema da emissão das chamadas moedas digitais dos bancos centrais tem vindo a crescer junto de outros bancos centrais, com o Banco Central Europeu (BCE) a lançar também um estudo sobre as vantagens e desvantagens de emitir moeda digital. Mas existe ainda muita cautela na forma como se aborda a temática. Jerome Powell, líder da Reserva Federal dos Estados Unidos, disse, há umas semanas, que prefere estar certo, do que ser o primeiro a lançar uma moeda digital.

Agora, a segunda fase do projeto piloto da Suécia vai incluir potenciais distribuidores da e-krona, enquanto participantes na rede de blockchain, para testar a integração dos sistemas internos com a rede da e-krona.
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