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Lagarde diz que juros ainda vão subir "significativamente" pois inflação continua "demasiado alta"

O BCE já aumentou as taxas de juro na Zona Euro quatro vezes este ano e antecipa continuar a fazê-lo no próximo ano dado que a escalada dos preços resiste em aliviar.

“É provável que [a inflação] se mantenha acima da nossa meta por um longo período de tempo”, afirmou Christine Lagarde.
Ronald Wittek /EPA
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As taxas de juro na Zona Euro estão longe de parar de agravar. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, avançou que os juros ainda irão aumentar "significativamente" para travar a escalada dos preços, em declarações na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho do BCE.

"Antecipamos subir [as taxas de juro] significativamente mais porque a inflação mantém-se demasiado elevada e é esperado que se mantenha acima da nossa meta [de 2%] por demasiado tempo", disse Christine Lagarde.

A perspetiva de contínuos aumentos é expressa em conjunto com a decisão de subir as taxas de juro na Zona Euro em mais 50 pontos baseA taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento sobe para 2,5%, enquanto a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez avança para 2,75% e a taxa aplicável à facilidade permanente de depósito cresce até 2%, com efeitos a partir de 21 de dezembro de 2022.

Após uma década em mínimos históricos, os juros subiram pela primeira vez em julho (em 50 pontos) e novamente em setembro, novembro (75 pontos cada) e, agora, dezembro. No total de 2022, as três taxas definidas por BCE avançaram 250 pontos base. E o caminho vai continuar.

"A mensagem chave é que não só vamos subir os juros mais como teremos de subir significativamente", sublinhou Lagarde. A presidente do BCE clarificou ainda que estas mexidas serão feitas a um "ritmo estável", sinalizando que 50 pontos base em cada uma será um nível apropriado.

"Um ritmo estável significa que fizemos alguns progressos nos últimos meses, mas ainda temos mais para fazer. Estamos aqui no longo prazo", afirmou. A razão para querer manter o curso prende-se com o "outlook" mais negativo para a economia da Zona Euro.

Dado o "contexto de incerteza excecional", o staff do BCE piorou "significativamente" as projeções para a inflação e para o crescimento económico, esperando que a inflação média atinja 8,4% em 2022 e desça depois para 6,3% em 2023. No ano seguinte, é esperado 3,4% e, em 2025, nova descida para 2,3%.

No caso do PIB, o BCE antecipa que a economia registe uma taxa de crescimento de 3,4% este ano, 0,5% no próximo e que volte a acelerar para 1,9% em 2024 e 1,8% em 2025. "De acordo com as últimas projeções do 'staff' do Eurossistema, uma recessão seria de relativa curta duração e superficial", apontou Lagarde.

(Notícia atualizada às 15:00)
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