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BCE sobe taxas de juro na Zona Euro em mais 50 pontos base

A autoridade monetária avançou com a decisão esperada pelo mercado e aumentou as três taxas de juro de referência na Zona Euro.

A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde deverá anunciar esta quinta-feira a segunda subida consecutiva das taxas de juro do euro.
Wolfgang Rattay/Reuters
15 de Dezembro de 2022 às 13:15
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O Banco Central Europeu (BCE) subiu as taxas de juro na Zona Euro em mais 50 pontos base. A decisão foi anunciada esta quinta-feira após o Conselho do BCE, sendo que este é o quarto aumento consecutivo com vista a controlar a inflação. Ainda assim, representa um alívio no ritmo de subidas já que a última tinha sido de 75 pontos base.

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento sobe para 2,5%, enquanto a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez avança para 2,75% e a taxa aplicável à facilidade permanente de depósito cresce até 2%, com efeitos a partir de 21 de dezembro de 2022.

"O Conselho do BCE decidiu hoje [quinta-feira] aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 50 pontos base e, com base na revisão em alta substancial das perspetivas quanto à inflação, espera continuar a aumentá-las", avançou o banco central liderado por Christine Lagarde.

Mais especificamente, o grupo considera que as taxas de juro "ainda terão de aumentar de forma significativa a um ritmo constante", no sentido de serem atingidos níveis que sejam suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo.

De acordo com a estimativa rápida do Eurostat, a inflação na Zona Euro terá abrandado para 10% em novembro, abaixo da variação homóloga de 10,6% registada em outubro. Contudo, a inflação subjacente – que exclui a energia e os bens alimentares não processados, que são mais voláteis – manteve a tendência de aceleração.

"Manter as taxas de juro em níveis restritivos reduzirá, com o tempo, a inflação, ao refrear a procura, e protegerá também contra o risco de uma persistente deslocação, em sentido ascendente, das expectativas de inflação", defende o BCE.

Redução da dívida em carteira a ritmo "comedido e previsível"
A par da subida das taxas de juro, o BCE avançou igualmente que vai arrancar com a diminuição dos programas de dívida. Após uma década de aquisições – o chamado "quantitative easing" (QE) – para estimular a economia, o BCE já tinha suspendido as compras líquidas de obrigações limitando-se a usar os montantes dos títulos que atingem as maturidades. E agora vai também recuar nesse parâmetro.

"A partir de março de 2023, a carteira do programa de compra de ativos ('asset purchase programme' – APP) diminuirá a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema não reinvestirá todos os pagamentos de capital de títulos vincendos", explica.

Entre dezembro de 2022 e novembro de 2023, há 339 mil milhões de euros em obrigações que atingem o prazo (dos quais 77%em dívida pública). A diminuição ascenderá, em média, a 15 mil milhões de euros por mês até ao final do segundo trimestre de 2023. A partir daí, o "ritmo subsequente será determinado com o tempo".

Esta foi a última reunião do ano e a próxima fica marcada para fevereiro, quando os decisores anunciarão os parâmetros detalhados para a redução das posições do APP. "O Conselho do BCE reavaliará com regularidade o ritmo de redução da carteira do APP para assegurar que permanece coerente com a estratégia geral e a orientação da política monetária, para preservar o funcionamento do mercado e para manter um controlo firme das condições do mercado monetário de curto prazo", refere.

"No final de 2023, o Conselho do BCE reanalisará também o quadro operacional utilizado para influenciar as taxas de juro de curto prazo, o que proporcionará informação no que toca ao culminar do processo de normalização do balanço", acrescenta ainda a autoridade monetária.


(Notícia atualizada às 13:30)
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