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"Vai haver mais subidas das taxas de juro. Até quando? Não sei", avisa Luis de Guindos
O número dois do BCE fez eco das palavras da presidente da instituição, Christine Lagarde, que deixou claro que os juros diretores vão continuar a subir e pediu atenção à inflação subjacente.
O Banco Central Europeu (BCE) vai continuar a aumentar as taxas de juro diretoras "a um ritmo semelhante" ao que ditou a subida de 50 pontos base anunciada na última reunião da autoridade monetária na semana passada.
O aviso foi dado pelo vice-presidente do banco central, o espanhol Luis de Guindos, durante um pequeno-almoço organizado pela organização castelhana Nueva Economía Fórum.
"Haverá mais aumentos das taxas de juro. Até quando? Sou honesto, [isso] não sei", frisou o número dois da presidente do BCE, Christine Lagarde, citado pelo jornal El Economista.
Durante a intervenção, De Guindos justificou a posição do BCE com o agravamento das projeções sobre a inflação no período compreendido até 2025.
O staff do BCE piorou "significativamente" as projeções para a inflação e para o crescimento económico, esperando que a inflação média atinja 8,4% em 2022 e desça depois para 6,3% em 2023. No ano seguinte, é esperado 3,4% e, em 2025, nova descida para 2,3%.
No caso do PIB, o BCE antecipa que a economia registe uma taxa de crescimento de 3,4% este ano, 0,5% no próximo e que volte a acelerar para 1,9% em 2024 e 1,8% em 2025.
Assim, para o antigo ministro espanhol da Economia é importante que os decisores políticos acompanhem a inflação subjacente.
As palavras de De Guindos fizeram eco das declarações de Christine Lagarde, durante a conferência de imprensa após a conclusão da última reunião de política monetária do BCE.
"Antecipamos subir [as taxas de juro] significativamente mais porque a inflação mantém-se demasiado elevada e é esperado que se mantenha acima da nossa meta [de 2%] por demasiado tempo", disse Christine Lagarde.