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Evergrande está (outra vez) à beira do incumprimento. Ações afundam para mínimo histórico

Prazo para pagamento de cupão de dívida 82,5 milhões de dólares termina esta segunda-feira. Ações da gigante imobiliária chinesa caem para mínimos após Evergrande admitir falta de garantias.

Diana do Mar dianamar@negocios.pt 06 de Dezembro de 2021 às 10:20

A Evergrande encontra-se novamente em risco de falhar o cumprimento da sua dívida, já que um novo cupão, no valor de 82,5 milhões de dólares norte-americanos, vence esta segunda-feira. Depois de ter feito três pagamentos de cupões à última hora nos últimos dois meses, a Evergrande volta a deparar-se com o fim do período de graça de 30 dias.

Mas, em comunicado divulgado na sexta-feira, a gigante imobiliária chinesa afirmou não só que os credores exigiam 260 milhões de dólares, como também que não tinha condições de garantir fundos para o pagamento dos cupões, o que levou as autoridades a convocarem o presidente da empresa. O que, só por si, de acordo com a Reuters, varreu um quinto do valor da empresa em bolsa.

A Evergrande, que chegou a ser a promotora imobiliária número um da China, tem a braços um passivo na ordem dos 300 milhões de dólares, pelo que um colapso descontrolado pode ter repercussões não apenas no mercado imobiliário.

O comunicado de sexta-feira da Evergrande precedeu um enviado pelas autoridades da província de Guangdong, dando conta que iam destacar uma equipa, a pedido da própria empresa, para supervisionar a gestão de riscos, reforçar controlos internos e manter as operações. Um ato que está a ser interpretado como o primeiro movimento do Estado para intervir directamente na gestão de uma potencial falência.

O banco central e os reguladores da banca e dos seguros também emitiram comunicados, afirmando que o risco para o sector imobiliário pode ser contido.

E, segundo refere a agência de notícias, analistas entendem mesmo que os esforços concertados das autoridades sinalizam que a Evergrande provavelmente entrou já num processo de reestruturação da dívida controlado.

Segundo o Morgan Stanley, um processo do tipo envolveria coordenação entre as autoridades para manter as operações dos projectos imobiliários em curso, bem como negociações com os credores para garantir financiamento para a conclusão dos mesmos.

Os reguladores teriam ainda que facilitar as discussões de reestruturação da dívida com os credores internacionais depois de as operações estabilizarem, apontou o banco de investimento norte-americano, num relatório.

Na sequência da chuva de comunicados, a Evergrande chegou a afundar 20% esta segunda-feira, com o valor das ações a atingir o valor mais baixo de sempre no fecho da bolsa de Hong Kong: 1,82 dólares de Hong Kong (o equivalente a 20 cêntimos de euro ao câmbio atual).

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