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CMVM confirma pedido de explicações ao BCP (act)
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários pediu explicações à administração do BCP sobre o alegado perdão de dívida que a instituição concedeu a empresas de José Goes Ferreira, que controla 2,165% do capital do banco. O regulador quer saber se há infor
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários pediu explicações à administração do BCP sobre o alegado perdão de dívida que a instituição concedeu a empresas de José Goes Ferreira, que controla 2,165% do capital do banco. O regulador quer saber se há informações que deveriam ter sido prestadas ao mercado pelo banco.
Fonte oficial do regulador refere que a CMVM questionou o BCP para saber "se há informação que deveria ter sido prestado ao mercado" e o banco não o fez. Se tal for verdade, o BCP deverá então "fazer imediatamente" essa comunicação, adiantou.
Ao início da tarde o Jornal de Negócios tinha noticiado que a entidade de supervisão quer saber se a aquele caso, noticiado hoje pelo Jornal de Negócios, corresponde, de facto, à verdade e se está em causa a violação do princípio de tratamento igualitário de accionistas, legalmente consagrado.
Contactada pelo Jornal de Negócios, fonte oficial da CMVM recusou fazer quaisquer comentários sobre esta informação.
Além das questões relacionadas com a igualdade de tratamento de accionistas, as averiguações do supervisor pretendem ainda averiguar se o BCP deveria ter prestado informação sobre o alegado perdão de dívidas a empresas de Goes Ferreira, já que está em causa um accionista com uma posição qualificada. Nesta situação, as empresas cotadas estão obrigadas a divulgar as relações comerciais que mantém com investidores cujas participações excedam os 2%.
Ainda assim, a detenção de mais de 2,165% do banco por parte da SFGP, empresa de Goes Ferreira, só foi conhecida publicamente em Setembro, por determinação da CMVM.
O alegado perdão de dívidas àquele empresário pode ainda levantar questões sobre o tratamento contabilístico que foi dado àquelas operações. A CMVM quererá também saber se as regras contabilísticas foram respeitadas.
De acordo com a edição de Sábado do "Expresso", o BCP terá também perdoado uma dívida de 12 milhões de euros ao filho de Jardim Gonçalves.