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BCE está a avaliar exposição dos bancos da Zona Euro ao Credit Suisse

O Credit Suisse teve esta quarta-feira a maior queda em bolsa de sempre, após o seu maior acionista ter recusado um novo apoio financeiro.

Reuters
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Vários funcionários do Banco Central Europeu (BCE) terão entrado em contacto com instituições financeiras da Zona Euro para as questionar acerca de uma possível exposição ao Credit Suisse. A informação está a ser avançada esta quarta-feira pelo Wall Street Journal, que cita fontes próximas do processo. 

Também Bruno Le Maire, ministro da Economia e das Finanças francês, deverá falar nas próximas horas com o seu homólogo suíço para pedir esclarecimentos sobre a situação da instituição sediada em Zurique.

A informação segue-se às declarações desta manhã do presidente do conselho de administração do Saudi National Bank (SNB), Ammar Al Khudairy - o maior acionista do banco, - que afirmou, em entrevista à Bloomberg, que a possibilidade de mais ajudas financeiras ao Credit Suisse estavam fora da mesa.

O Saudi National Bank tornou-se um dos maiores acionistas do banco suíço, após ter reforçado a sua posição com a aquisição de 9,9% do capital em meados de dezembro. "A resposta é absolutamente não, por muitas razões além das simples - que são de ordem regulatória e estatutária", afirmou, quando questionado sobre se o banco estava aberto a mais injeções caso existisse um novo pedido de liquidez adicional.

O Credit Suisse está classificado como uma "instituição financeira sistemicamente importante", de acordo com as regras bancárias internacionais do "Financial Stability Board" dos Estados Unidos, criadas após o colapso do banco norte-americano Lehman Brothers - o que significa que o banco tem dimensão significativa para espoletar uma crise financeira.

Tal designação obriga a que a instituição tenha um elevado montante de provisões e que mantenha planos para uma dissolução das operações caso seja necessário.

No mês passado, o Credit Suisse revelou que os ativos sobre gestão são de quase 1,3 biliões de francos suíços (1,328 biliões de euros, à taxa de câmbio atual). Colocado em perspetiva trata-se de 10% da economia da Zona Euro avaliada em 14,5 biliões de euros.

Credit Suisse chega a mergulhar mais de 30% em bolsa

O banco segue a ser fortemente penalizado em bolsa, registando a maior queda diária de sempre, a desvalorizar 13,93% para 1,928 francos suíços pelas 15:30 (hora de Lisboa), depois de ter chegado a tombar 30,8% para 1,55 francos suíços durante a manhã. Desde o início do ano, a instituição bancária já perdeu 32,78% da capitalização bolsista.

A queda do banco sediado em Zurique está a contagiar o restante setor financeiro, já fortemente penalizado depois dos colapsos recentres de três bancos norte-americanos (SVB, Signature Bank e Silvergate).  Ainda assim, "para os responsáveis nos Estados Unidos e na Europa o que está aqui em jogo é uma entidade que tem um efeito dominó bastante maior que o Silicon Valley Bank e o Signature Bank juntos", aponta a estratega Ven Ram da Bloomberg.

O índice Stoxx 600 Banks perde 5,96%, tendo chegado a cair mais de 7% e o BCP foi apanhado na corrente, estando a registar um decréscimo de 8,01% para 1952 cêntimos por ação, tendo chegado a perder 10,46% nos 19 cêntimos.

Falhas nos procedimentos de controlo interno

O banco suíço de 166 anos tem estado envolto em polémicas nos últimos anos, sendo que esta terça-feira já tinha registado uma forte queda bolsista, após terem sido detetadas falhas nos procedimentos de controlo interno dos relatórios financeiros dos últimos dois anos.

O banco foi obrigado a adiar a publicação do relatório anual na semana passada, depois de ter recebido uma chamada do supervisor norte-americano - a Securities and Exchange Comission (SEC) - que levantou questões sobre os relatórios de 2019 e 2020.

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