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Credit Suisse pode ser "demasiado grande para ser salvo", alerta Roubini

O economista adverte que, a cair, o banco suíço poderá protagonizar um novo "momento Lehman Brothers".

15 de Março de 2023 às 15:15
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O economista Nouriel Roubini (na foto), conhecido como "Dr. Doom" – profeta da desgraça, ou "Dr. Apocalipse" – por ter previsto o crash do imobiliário em 2007 e a consequente crise financeira de 2008, disse esta quarta-feira, em entrevista à Bloomberg TV, que o Credit Suisse pode ser "demasiado grande para ser salvo".

 

Para Roubini, um colapso do banco suíço – que hoje afundou para mínimos históricos depois de o seu maior investidor, o Saudi National Bank, descartar ajuda – seria semelhante a um "momento Lehman Brothers", o banco norte-americano que caiu a 15 de setembro de 2008 na sequência da crise do "subprime" (concessão de empréstimos a clientes com fraca qualidade creditícia, que deixaram de poder pagar os créditos à habitação quando se deu a bolha do imobiliário).

"O problema é que o Credit Suisse, nalguns padrões, poderá ser demasiado grande para falir, mas também demasiado grande para ser salvo", afirmou o professor de Economia na Stern School of Business, da Universidade de Nova Iorque.

 

Segundo o economista, não está claro se os reguladores da banca dispõem dos recursos necessários para procederem a um resgate.

 

Nos EUA, três bancos regionais fecharam portas em pouco mais de uma semana. O Silvergate Capital, ligado ao setor cripto, foi o primeiro. Depois, na passada sexta-feira as autoridades norte-americanas encerraram o Silicon Valley Bank (cujos clientes eram maioritariamente startups da área tecnológica) após a corrida aos depósitos por parte dos seus clientes, e acabaram por tomar no domingo a mesma medida em relação ao Signature Bank (ligado a clientes da área da advocacia e do mundo cripto) devido ao efeito contágio.

 

As autoridades norte-americanas intervieram e garantiram os depósitos de todos os clientes, mesmo nas contas com mais de 250.000 dólares, para tentarem estancar a sangria.

 

Para Roubini, com o Credit Suisse – que segue a mergulhar mais de 15% e que já esteve a afundar de manhã 21,4% para mínimos históricos – o problema poderá ser a menor capacidade da Suíça para intervir.

 

Nos termos das atuais normas suíças, o Credit Suisse verá as suas obrigações serem convertidas em ações, num processo de ‘bail-in’ (fiança).

 

O economista considera que os investidores, que estão à procura de segurança devido à forte queda das bolsas por força dos reveses das cotadas da banca, deverão procurar ativos-refúgio como obrigações de curto prazo, ouro e outros metais preciosos.

(notícia atualizada às 15:39)

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