Notícia
Bancos europeus suspendem pagamento de dividendos após recomendação do BCE
Alguns bancos europeus já anunciaram que vão suspender a distribuição de dividendos este ano, numa tentativa de conter os gastos devido ao coronavírus. Medida surge após conselho do BCE, mas ainda há bancos, como o BPI, que vão remunerar os acionistas.
30 de Março de 2020 às 10:24
Parte dos bancos europeus anunciaram que vão suspender o pagamento de dividendo referentes ao exercício fiscal de 2019, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter emitido um comunicado a recomendar o setor que o fizesse, na passada sexta-feira.
Andrea Enria, supervisor do BCE, disse que seria "socialmente irresponsável" continuar a pagar dividendos nesta "altura excecional", em que o impacto real que o coronavírus venha a ter nas economias é ainda indefinido.
Em Itália, o país europeu mais afetado pela covid-19, vários bancos seguiram o conselho do banco central. O Unicredit suspendeu o pagamento de dividendos de 63 cêntimos por ação e cancelou uma recompra de ações programada no valor de 467 milhões de euros. O Intesa Sanpaolo disse que ia rever a recomendação do BCE na sua próxima reunião de 31 de março.
Segundo o regulador europeu, os bancos teriam um capital extra de 30 mil milhões de euros, caso seguissem a sua indicação.
O BCP seguiu o mesmo caminho, ao suspender o pagamento dos dividendos referentes ao exercício de 2019, o que irá representar uma poupança de cerca de 134 milhões de euros. Isto depois de só no ano passado ter voltado a distribuir dividendos, após um interregno de oito anos.
Já a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ainda não se reuniu para discutir este assunto, diz fonte oficial.
Mas nem todos optam pela suspensão. O CaixaBank anunciou que vai reduzir o dividendo proposto para o exercício de 2019 de 15 para 7 cêntimos por ação. O BPI, detido a 100% pelo grupo catalão, vai manter o pagamento à casa-mãe. "O BPI vai pagar o dividendo previsto, referente aos resultados de 2019", afirma fonte oficial. O BPI não pagou dividendos relativos aos exercícios de 2010 a 2017. No ano passado, pagou 140 milhões ao CaixaBank. Este ano, a administração propôs entregar 117 milhões de euros à casa-mãe, 36% dos lucros de 2019.
Andrea Enria, supervisor do BCE, disse que seria "socialmente irresponsável" continuar a pagar dividendos nesta "altura excecional", em que o impacto real que o coronavírus venha a ter nas economias é ainda indefinido.
Segundo o regulador europeu, os bancos teriam um capital extra de 30 mil milhões de euros, caso seguissem a sua indicação.
A recomendação, também "dirigida às autoridades nacionais", surge numa altura em que algumas instituições já tinham tomado esta decisão por iniciativa própria. Foi o caso do grupo Santander, que anunciou a suspensão da distribuição de dividendos este ano, optando por um pagamento único em 2021, quando for possível avaliar o impacto do coronavírus.
O BCP seguiu o mesmo caminho, ao suspender o pagamento dos dividendos referentes ao exercício de 2019, o que irá representar uma poupança de cerca de 134 milhões de euros. Isto depois de só no ano passado ter voltado a distribuir dividendos, após um interregno de oito anos.
Já a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ainda não se reuniu para discutir este assunto, diz fonte oficial.
Mas nem todos optam pela suspensão. O CaixaBank anunciou que vai reduzir o dividendo proposto para o exercício de 2019 de 15 para 7 cêntimos por ação. O BPI, detido a 100% pelo grupo catalão, vai manter o pagamento à casa-mãe. "O BPI vai pagar o dividendo previsto, referente aos resultados de 2019", afirma fonte oficial. O BPI não pagou dividendos relativos aos exercícios de 2010 a 2017. No ano passado, pagou 140 milhões ao CaixaBank. Este ano, a administração propôs entregar 117 milhões de euros à casa-mãe, 36% dos lucros de 2019.