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Balanço de 2015: No ano dos simples, gasóleo toca mínimos. A gasolina não

O desce bateu o sobe na montanha russa dos preços dos combustíveis. A queda acentuada das cotações do petróleo aliviou a carteira, mas o euro impediu uma poupança ainda mais expressiva para as famílias portuguesas.

Bloomberg
31 de Dezembro de 2015 às 16:21
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O gasóleo baixou de um euro. Uma realidade que voltou a repetir-se nas últimas semanas, mas que já há um ano fazia manchetes. Foi em Dezembro de 2014 que os litros do diesel começaram a andar mais rápido que os euros, sendo que com a chegada do novo ano os impostos fizeram disparar novamente os preços. Uma subida fiscal que o petróleo acabou por anular. Os preços do diesel desceram, atingindo mínimos de 2010. E voltaram, em alguns casos, aos cêntimos. No caso da gasolina, apesar da chegada dos combustíveis simples, os preços estão quase no mesmo nível a que arrancaram 2015.


1,032 euros. É o preço médio a que está a ser comercializado o diesel ao cair do pano de mais um ano. É o valor mais baixo em cinco anos, resultado da forte queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais num contexto de elevada oferta perante uma fraca procura – os preços caíram cerca de um terço em 2015. Quedas que mais do que compensaram o aumento da fiscalidade sobre os combustíveis no caso do gasóleo (está 6,6% mais barato), mas não na gasolina. O litro deste combustível está a 1,309 euros, mais 1,6% que no final de 2014.


No arranque do ano, as petrolíferas implementaram a Contribuição para o Sector Rodoviário prevista no Orçamento do Estado para 2015, que equivale a dois cêntimos por litro, servindo para financiar as rodovias geridas pela Infraestruturas de Portugal. Sobre este recai depois o IVA a 23%, o que dá 2,46 cêntimos. E houve mais uma taxa, a taxa de carbono com um custo extra de 1,5 cêntimos na gasolina e no gasóleo. Mais tarde veio o efeito do aumento da componente dos biocombustíveis na gasolina e no gasóleo: entre 1,5 a dois cêntimos.


Impostos pesam cada vez mais

Mesmo perante o aumento da fiscalidade, a descida das cotações nos mercados internacionais (já em euros, apesar da descida da divisa europeia) permitiu quedas consecutivas nos valores de venda do gasóleo. E abriu a porta para que o saldo no ano seja de queda no caso do diesel. O valor de venda actual do gasóleo compara com os 1,105 euros no final de 2014, sendo que a comparação é feita com o diesel normal que era vendido no final de 2014 e o simples, que entrou em comercialização em Abril em todos os postos nacionais.


Só não baixou mais porque a componente do combustível tem um peso cada vez menor no valor final que é pago pelos consumidores. No caso do diesel, a fiscalidade representa 56% do custo que é suportado pelos portugueses na hora de pagar a factura. É mais de metade do total, já na gasolina, entre ISP (que é um valor fixo) e IVA, 65,9% dos 1,309 euros pagos na hora de abastecer vão directamente para o Estado.


Menos euros que litros

Tendo em conta o preço médio actual, os portugueses estão a pagar menos cerca de sete cêntimos por cada litro de diesel que se traduzem numa redução de 3,58 euros em cada depósito atestado, considerando uma média de 55 litros. A poupança pode parecer pequena, mas dispara ao final de um ano. Considerando que percorre 15.000 quilómetros por ano num carro que gasta seis litros a cada 100 quilómetros, consumirá 900 litros de diesel.


Face ao valor de venda do gasóleo no final de 2014, no final de 2015 a factura total encolhe em 65,70 euros. E pode ser ainda menor tendo em conta que há cada vez mais postos de abastecimento a venderem diesel a menos de um euro, permitindo que o contador dos euros ande mais devagar que o dos litros. A "moda" chegou recentemente aos postos das petrolíferas de referência, sendo que está ainda mais abaixo do euro nas estações de serviço das superfícies comerciais.

Uma breve consulta ao www.precoscombustiveis.dgeg.pt permite constatar que há já vários postos de supermercado, conhecidos como "low cost" que vendem cada litro de gasóleo a apenas 85 cêntimos. É isso que acontece nos postos do Pingo Doce de Abrantes, Aveiro e Penafiel, este último já no distrito do Porto. No distrito de Lisboa é o Intermarché de Arruda dos Vinhos que tem os preços mais baratos: 0,934 euros, seguindo do Jumbo de Alverca, com 0,935 euros.

Depósitos mais cheios

A descida dos valores de venda dos combustíveis, em especial do diesel, num contexto de maior ritmo de actividade da economia nacional, tem levado a um crescimento no consumo em Portugal. "Em Novembro de 2015, o consumo mensal de combustível (considerando gasolina e gasóleo) aumentou 3,2% face ao mês homólogo de 2014, tendo aumentado 2,8% quando comparando o consumo de Janeiro a Novembro de 2015 com Janeiro a Novembro de 2014", revelou a ENMC.


Enquanto a gasolina registou um crescimento de 2,64%, para um total de 82.740 toneladas, no diesel, o combustível mais utilizado em Portugal, observou-se um aumento de 3,3% face ao mesmo mês de 2014. No acumulado do ano, a procura por gasóleo cresceu 3,32%, já no caso da gasolina sobe apenas 0,74%, conclui a entidade liderada por Paulo Carmona. Foram consumidas, até Novembro, 4,7 milhões de toneladas de diesel, o equivalente a 5,61 milhões de litros.

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