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Balanço do BCE atinge (novos) máximos históricos. Já vale 61% do PIB da Zona Euro

O Banco Central Europeu continua a comprar todos os ativos que consegue, numa tentativa de tratar o impacto económico da atual pandemia.

18 de Agosto de 2020 às 16:46
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O balanço do Banco Central Europeu (BCE) engordou mais 0,3% em termos semanais para os 6,404 biliões de euros na semana terminada a 14 de agosto, um novo máximo histórico para a instituição que tem aumentado o seu envelope de compras de forma constante, desde o início da pandemia, de acordo com os dados divulgados hoje

Os ativos detidos pelo banco central representam agora cerca de 61% de todo o PIB (produto interno bruto) da Zona Euro. Um valor bem superior ao peso no PIB de 36% dos ativos que constam no balanço da Reserva Federal dos Estados Unidos, mas ainda bem abaixo dos 132% do envelope acumulado pelo Banco do Japão. 

De uma semana para a outra, o banco liderado por Christine Lagarde aumentou as compras relativas ao "quantitative easing" em 19,4 mil milhões de euros. Este aumento deve-se sobretudo à compra de títulos para fins de política monetária, que subiu 19,9 mil milhões para os 3,316 biliões de euros, mais de metade da totalidade de ativos detidos pelo banco comunitário. 
Contudo, o BCE reduziu a sua exposição a outras classes de ativos, como onças de ouro ou empréstimos a instituições de crédito, como se pode verificar na tabela atualizada pelo banco. 

Numa altura em que Lagarde parece focada em fazer tudo o que estiver ao seu alcance para salvar a Zona Euro, o BCE não para de abrir os cordões à bolsa. Contudo, surgem várias questões sobre se o uso da política monetária, que serve para gerir a quantidade de dinheiro que circula numa economia, está a desempenhar um papel profícuo na compensação desta crise pandémica. 

Lagarde sempre expressou a vital importância que teria uma política orçamental robusta, ao lado desta política monetária expansionista, para que os problemas reais da economia pudessem ser atenuados. No mês passado, os líderes do Conselho Europeu anunciaram um "acordo histórico" quanto ao pacote a ser lançado sobre os países da região, na qual se previa um orçamento para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões, com pouco mais de metade em subvenções. 

Mario Draghi, antigo líder do BCE, alertou os governos para que utilizem os estímulos massivos que desenvolveram para melhorar as suas economias, e não apenas para se salvarem desta crise, ou então mais cedo ou mais tarde vão enfrentar uma nova crise de dívida soberana.

Na sua primeira conferência de imprensa após ter abandonado o cargo de presidente do BCE, em outubro do ano passado, Draghi apelou a políticas económicas credíveis para evitar uma desilusão entre os jovens, que terão de pagar o custo das políticas atuais para travar o impacto económico do coronavírus. 

A recuperação económica económica continua bastante indefinida. Hoje, o vice-presidente do BCE, Luís de Guindos, traçou um cenário pouco otimista para o setor bancário na Europa, antecipando que não vai recuperar da crise antes de 2022.
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