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O que os bancos centrais dizem sobre as criptomoedas

Oito anos após a criação da bitcoin, bancos centrais de todo o mundo reconhecem cada vez mais os possíveis aspectos positivos e negativos das moedas digitais.

Bloomberg
03 de Dezembro de 2017 às 11:00
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Os guardiões da economia mundial têm dois conjuntos de questões a abordar. O primeiro é o que fazer, ou se agir, em relação ao surgimento e à expansão das criptomoedas privadas, que estão a chamar cada vez mais atenção - a bitcoin já superou os 11 mil dólares. A segunda pergunta é se devem emitir versões oficiais.

 

Leia um resumo sobre como alguns bancos centrais estão a abordar o assunto:

 

EUA: preocupação com privacidade

A investigação da Reserva Federal sobre as criptomoedas está no início, e publicamente a instituição não demonstra muito entusiasmo com a ideia de uma resposta à bitcoin emitida por um banco central. Jerome Powell, membro do conselho e presidente nomeado, disse no início do ano que ainda há dúvidas técnicas em relação à tecnologia e que "a governança e a gestão do risco serão críticos". Powell disse que há desafios "significativos" para uma criptomoeda do banco central, que as questões de privacidade podem ser um problema e que alternativas do sector privado podem cumprir a função.

 

Zona Euro: uma tulipa

O Banco Central Europeu tem alertado insistentemente sobre o perigo de investir em moedas digitais. O vice-presidente do banco, Vitor Constâncio, disse em Setembro que a bitcoin não é uma moeda, mas uma "tulipa" - numa alusão à bolha do século XVII na Holanda. O colega Benoit Coeuré advertiu que o valor instável da bitcoin e as ligações com a evasão fiscal e o crime criam grandes riscos. O presidente do banco, Mario Draghi, afirmou em Novembro que o impacto das moedas digitais sobre a economia da Zona Euro era limitado e não representava uma ameaça ao monopólio dos bancos centrais sobre o dinheiro.

 

China: condições ‘maduras’

A China deixou claro: o banco central tem controlo integral sobre as criptomoedas. Com uma equipa de pesquisa criada em 2014 para desenvolver uma moeda fiduciária digital, o Banco Popular da China acredita que há "condições maduras" para que a instituição adopte a tecnologia. Mas reprimiu os emissores digitais privados, proibindo que as bolsas negoceiem bitcoins e outras moedas. Embora não haja data formal de início para a introdução de moedas digitais, as autoridades afirmam que a digitalização poderia ajudar a melhorar a eficiência do pagamento e permitir um controlo mais preciso das moedas.

 

Brasil: apoio à inovação

O Banco Central do Brasil não vê "riscos relevantes para o Sistema Financeiro Nacional", mas mantém-se alerta para a evolução do uso dessas moedas, informou em comunicado. O banco prometeu "apoiar as inovações financeiras, inclusive as baseadas em novas tecnologias que tornem o sistema financeiro mais seguro e eficiente".

 

(Texto original: Here’s What the World's Central Banks Really Think About Bitcoin)

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