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Futuros sobre a bitcoin vão transaccionar em bolsa

Três operadores de mercados auto-certificaram-se junto da autoridade que regula os futuros de commodities para começarem a oferecer a negociação de futuros sobre a moeda virtual. A CME estreia o seu contrato já dentro de pouco mais de duas semanas.

reuters
Paulo Zacarias Gomes paulozgomes@negocios.pt 01 de Dezembro de 2017 às 14:16
As bolsas norte-americanas vão passar a poder transaccionar futuros associados à criptomoeda bitcoin, depois de pelo menos três operadores terem pedido ou obtido autorização para tal. 

Segundo a Bloomberg, o grupo CME (Chicago Mercantile Exchange, especializado na transacção de derivados), a Cboe (mercado de opções, futuros e acções) e a Cantor Exchange garantiram à U.S. Commodity Futures Trading Commission (CFTC) que os produtos em causa cumprem com o previsto na lei - auto certificação -, viabilizando o início da sua transacção em mercado.

A CME estreia o seu contrato de futuros de bitcoin a 18 de Dezembro, de acordo com o que anunciou esta sexta-feira, 1 de Dezembro. Mas com cautelas acrescidas, dado o facto de ser "um mercado novo e inexplorado". 

"No lançamento, o nosso novo contrato de futuros de bitcoin será sujeito a uma variedade de ferramentas de gestão de risco, incluindo uma margem inicial de 35%, limites de preço e várias outras ferramentas de controlo de risco que o grupo CME oferece em todos os seus produtos," lê-se no comunicado. 

A Cboe Futures Exchange (CFE) ainda não tem data para o lançamento do contrato de futuro (sob o ticker XBT), apesar de já ter submetido o pedido de autorização. Já a Cantor deverá disponibilizar opções binárias em torno da moeda virtual.

"A bitcoin, uma moeda virtual, é uma commodity diferente de qualquer outra com que a comissão tenha lidado no passado. Esperamos que as bolsas de futuros, através de acordos de partilha de informação, monitorizem a actividade de negociação nas plataformas relevantes de financiamento," afirmou o presidente da CFTC, Chris Giancarlo, em comunicado.

A CFTC leva já algum caminho feito em relação ao reconhecimento desta criptomoeda, depois de a ter declarado em 2015 como uma commodity. Já outras entidades oficiais (como a Securities Exchange Commission ou o fisco) ainda não encontratram um patamar comum para a definir.

A Bloomberg, citando um responsável da SEC, David Shillman, refere que a criação de um mercado forte de futuros desta criptomoeda pode vir a facilitar a aceitação de fundos transaccionados em bolsa com ligação à bitcoin, a cuja criação aquela autoridade dos mercados norte-americana se tem oposto.

O problema potencial, avisa Richard Johnson, da Greenwich Associates, é que apesar de os contratos de futuros serem regulados, neste caso são desenhados sobre um activo que transacciona num mercado sem regulação. Já o membro da CFTC, Brian Quintenz, acredita que a negociação dos futuros possa desempenhar um papel positivo a evitar manipulação do cálculo dos preços. O que pode ajudar a trazer, indirectamente, alguma regulação e supervisão à própria bitcoin.

Um activo aliás que, nos últimos tempos, tem negociado praticamente sem freios no que diz respeito à cavalgada de preços: valorizou mais de 1.000% desde o início do ano e esta semana chegou a cruzar a barreira dos 11.000 dólares. Não sem passar por uma autêntica montanha russa de subidas e descidas de preços: ontem chegou a afundar 11%, hoje já ganha 10,65% para 10.682 dólares, de acordo com dados da Bloomberg.  
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