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O novo dinheiro que está à frente dos bancos

No mesmo espaço onde estavam banqueiros e nomes da banca, foi dada a palavra a responsáveis de start-ups tecnológicas que prestam serviços financeiros. “As fintech não são riscos” para a banca, foi um dos argumentos que se ouviu.

Correio da Manhã
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 29 de Novembro de 2017 às 14:45

Perante um salão recheado de responsáveis e funcionários do sector financeiro, nomeadamente banca, a pergunta era uma: Quantas pessoas têm bitcoins na sua carteira de investimentos. Foram poucas as mãos que se levantaram. "Engraçado como, à mesma pergunta feita há semanas, na Web Summit, num fórum com esta dimensão, 85% das pessoas tinham levantado o braço".

 

O exercício e a conclusão são de Sebastião Lancastre, presidente executivo da Easypay, no Fórum Banca, que se realizou esta quarta-feira, 29 de Novembro, em Lisboa. A pergunta serviu para mostrar a origem da bitcoin e para revelar que existiam lacunas que a criptomoeda veio colmatar.

 

Líder de uma start-up, Sebastião Lancastre sublinhou que "é preciso criar condições para aparecerem mais fintech". Uma afirmação feita quando os bancos tradicionais se deparam com uma potencial maior concorrência a partir do próximo ano, quando a directiva de pagamentos entrar em vigor.

 

Um momento que vai colocar duas gerações em contraste: uma mais nova, em que a prioridade é a comodidade das transacções, sem a preocupação da segurança; e uma mais velha, onde a segurança dos dados bancários é o ponto fulcral, segundo distinguiu o presidente da Easypay.

 

A presidente da SIBS, Madalena Cascais Tomé (na foto), acredita que muito vai mudar no mundo dos pagamentos. A passagem do dinheiro físico (em numerário ou cartão) para comércio eléctrico, por exemplo, é apenas um dos exemplos óbvios. Os pagamentos instantâneos, com a transferência de dinheiro em segundos, é outro dos pontos.

 

Mas a líder da SIBS acredita que haverá aspectos a manter-se: a conveniência é deles. Certo, admite, é que haverá outro contraponto: "desafios de segurança e cibersegurança acrescidos".

 

João Freire, do BIG, não se mostra preocupado. A directiva dos pagamentos irá trazer oportunidades para os bancos: tornar-se-ão mais próximos dos clientes. "As fintech não são riscos. São cooperativas, querem colaborar com os bancos". Para o responsável de venture capital da instituição financeira, os bancos não têm de desenvolver tudo sozinhos, há oportunidades de parcerias.

 

A Ebury, representada por Duarte Líbano Monteiro, falou nesse sentido: trabalha directamente com as pequenas e médias empresas, acompanhando o mercado específico onde estão investimentos da empresa, libertando, por exemplo, o director financeiro dessa tarefa. E fá-lo sem ter os custos de estrutura que um banco tem.

 

Os desafios estão aí, ainda que o responsável do BIG tenha sublinhado que, pese embora a nova directiva, o calendário já começou há algum tempo. No mesmo Fórum Banca, a vice-governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, defendeu que o sector financeiro não está ainda preparado para a concorrência das fintech.

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