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Termos definitivos da fusão trazem elogios à Oi e destaque negativo à PT

O BPI considera que o facto de se adiar a permuta de acções entre a Oi e a PT até Março de 2015 é o grande ponto negativo dos novos termos da fusão entre PT e Oi. O BESI diz que é uma "oportunidade" para comprar acções da brasileira.

Pedro Elias/Negócios
29 de Julho de 2014 às 11:34
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Já há condições definitivas para a troca de acções da Portugal Telecom e a brasileira Oi, depois de a Rioforte ter falhado o pagamento dos 897 milhões de euros emprestados pela portuguesa. Os novos termos foram anunciados na segunda-feira, 28 de Julho. A unidade de investimento do BES acredita que são favoráveis à Oi. A casa de "research" do BPI antecipa um impacto "negativo" para a PT.

 

Há, segundo escreve o BPI Equity Research na nota desta terça-feira, a indicação de que "o principal destaque negativo deste documento parece ser o adiamento da transacção, o que parece estar mais ligado à calendarização do regulador brasileiro para a autorizar".

 

Os contratos celebrados entre as duas empresas têm de ser aprovados "em ou antes de Março de 2015". A brasileira Comissão dos Valores Mobiliários terá de dar o sim aos novos termos, que indicam que a dívida de 897 milhões de euros da Rioforte (sociedade do Grupo Espírito Santo) à PT vai sair da Oi para a PT e que, até 2018, poderão ser exercidas opções de compra das acções da Oi ou da nova Oi pela empresa portuguesa.

 

Antes do regulador brasileiro, também terão de ocorrer um conselho de administração da empresa brasileira e uma assembleia geral de accionistas da PT, que terá de autorizar os novos termos e também o facto de a companhia nacional permanecer cotada (tendo como activos a dívida da Rioforte e as opções de compra de títulos da Oi).

 

A PT pode monetizar as opções de compra das acções da Oi através de instrumentos derivados – dinheiro que terá de ser, obrigatoriamente, utilizado para exercer essas opções. "A opção de utilizar derivados para facilitar o exercício da opção não é totalmente clara mas parece-nos indicar que os accionistas da PT poderão ser capazes de monetizar a maior parte do valor das opções (excluindo os custos para estabelecer os potenciais derivados). Se não receberem da Rioforte, apenas uma parte das opções será exercida", explica Pedro Oliveira, do BPI.


A PT poderá readquirir as acções da Oi ou nova Oi durante seis anos. No primeiro ano, tem de comprar 10% dessas acções a que tem direito – ou perde-as. A cada um dos anos seguintes, tem de exercer a opção de 18% das acções.

 

As acções da operadora liderada por Henrique Granadeiro seguem a perder terreno na Bolsa de Lisboa. Seguem a deslizar 1,02% para 1,74 euros.

 

Oi fica isolada

 

"Acreditamos que esta solução permite isolar em grande medida o seu valor das aplicações de tesouraria na Rio Forte, que agora será liderada apenas exclusivamente ao nível da PT, enquanto a Oi terá possibilidades de seguir com a integração na CorpCo e, assim, concluir a migração para o novo mercado no Brasil, com a consequente melhoria na sua gestão interna", comentam os analistas do BES Investimento, que pertence ao BES, um dos grandes accionistas da PT e que terá também uma participação na empresa que irá resultar da fusão.

 

Os especialistas do BESI Nuno Matias e Miguel Borrega defendem que as acções da Oi têm caído demasiado face ao desempenho positivo do índice brasileiro Bovespa – "claramente excessivo face à solução encontrada para a situação". Dado que o capital da Oi se mantém "praticamente inalterado", a unidade de investimento do BES acredita que esta é "uma oportunidade de compra das acções". As acções da empresa liderada por Zeinal Bava valem 1,46 reais e o preço-alvo da casa de investimento é 2,9 reais. 

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

 

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