As acções da Portugal Telecom poderão vir a subir nos próximos tempos, de acordo com a análise da Mainfirst. A casa de análise estabeleceu um preço-alvo de 2,57 euros para as acções da PT, um potencial de valorização de 49,4% face à cotação (1,72 euros) da sessão desta quinta-feira, 25 de Setembro.

A nova avaliação assume uma posição de 25,6% na Oi e a compra de 34% da Tim. Além de não prever a recuperação de qualquer valor do investimento de quase 900 milhões de euros em papel comercial da Rioforte.

A operadora de telecomunicações está actualmente com uma recomendação de "overperforme", sendo uma das empresas que mais beneficiaria com a consolidação do mercado de telecomunicações brasileiro, através da sua participada Oi.

Ao "contrário da percepção do mercado", os analistas da Mainfirst vêem "flexibilidade financeira suficiente na capacidade da Oi de obter financiamento" para comprar a Tim, a operadora brasileira da Telecom Italia.

Mas de onde vem o dinheiro? Para começar, a Oi pode avançar para a venda de activos como os 25% que detém na angolana Unitel, as torres brasileiras ou venda de negócios em Portugal. Com estes encaixes, a Oi deverá ter dinheiro suficiente para adquirir uma fatia de 34% da Tim Brasil.

Outra das hipóteses pode ser avançar para a compra da Tim com dois dos seus concorrentes, a mexicana America Movil e a espanhola Telefónica.

Sobre uma possível fusão da Oi com a Tim, os analistas consideram que isso iria obrigar a um aumento de capital na Oi e que isso significaria que a Telecom Italia tornar-se-ia na maior accionista da empresa de Zeinal Bava.

Um dos riscos que a operadora portuguesa corre é se nenhum negócio no Brasil avançar, o que vai criar a "inabilidade de gerar cash flow positivo e reduzir a dívida".

Sobre a dívida de 897 milhões do Grupo Espírito Santo (GES), a Mainfirst é peremptória: "Assumimos que não vai haver recuperação do investimento na Rioforte".

A cotação da Portugal Telecom mantém-se inalterada na bolsa de Lisboa esta quinta-feira nos 1,72 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.