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IM recomenda "vender" acções da Jerónimo Martins
A IM, detido pelo grupo CIMD, iniciou a cobertura das acções da Jerónimo Martins, com uma recomendação de "vender". Antecipa um crescimento mais moderado das vendas, depois de uma execução "espantosa" nos últimos anos.
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A Intermoney (IM) iniciou a cobertura das acções da Jerónimo Martins com uma recomendação de "vender" e um preço-alvo de 12 euros. A sociedade financeira prevê que as margens continuem a ser afectadas pela pressão nos preços e antecipa um crescimento mais lento das receitas e do EBITDA nos próximos anos.
O "target" da IM para a retalhista atribui um potencial de descida de 14,3% às acções, com a unidade de "research" a justificar este preço-alvo e a recomendação de "vender" com as perspectivas mais modestas para o crescimento das vendas da empresa nos próximos anos, após anos de crescimento "espantoso".
"De acordo com as nossas estimativas (Colômbia já está incluída), para o período de 2015 a 2031, as receitas devem crescer a uma taxa anual de 4,1% (nos últimos 14 anos foi de 8,7%), enquanto o crescimento anual do EBITDA deverá ser de 4,2% (nos últimos anos foi de 7,9%)", prevê António Seladas, analista da IM, detida pelo grupo CIMD.
O mesmo especialista realça, assim, que a margem de EBITDA deverá situar-se em torno de 5,8%, em linha com os níveis actuais. "Assumimos que a margem operacional não vá recuperar para níveis acima de 6%", acrescenta o mesmo "research".
A IM argumenta que a filosofia de negócio da retalhista portuguesa liderada por Pedro Soares dos Santos (na foto) continua focada nos volumes, antecipando que os resultados da companhia continuem a reflectir a pressão ao nível dos preços, sobretudo na Polónia, onde a Jerónimo Martins detém a Biedronka.
Ainda em relação ao mercado polaco, o analista realça que a avaliação não inclui o novo imposto para o sector do retalho na Polónia, "porque ainda não está definido, embora por cada 50 pontos base de impacto nas vendas da Biedronka a avaliação desceria em cerca de 1,15 euros ou aproximadamente 10%".
Assumindo que a taxa sobre o retalho não seria discriminatória, a sociedade financeira refere que este impacto seria diluído ao longo do tempo.
Apesar da recomendação negativa, a IM reconhece que a "execução da Jerónimo Martins nos últimos 14 anos foi espantosa", logo percebe-se que a acção "negoceia com um prémio face à nossa avaliação uma vez que se trata de uma companhia de prémio". As acções da companhia seguem a valorizar 2,08% para 13,72 euros.