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BCP sobe mais de 15% em dois dias

O Banco Comercial Português acumulou já uma valorização superior a 15% entre a sessão de ontem e esta manhã. As acções estão nos 0,1862 euros.

Miguel Baltazar/Notícias
05 de Fevereiro de 2014 às 09:33
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O Banco Comercial Português (BCP) avança, por esta altura, 2,98% para os 0,1862 euros. Ontem, o banco encerrou a sessão a somar 11,83% para 0,1808 euros o que significa que, em média, nestas duas sessões, a instituição liderada por Nuno Amado acumula um ganho de 15,15%.

 

O BCP apresentou resultados relativos a 2013 na última segunda-feira, dia 3 de Fevereiro. No ano passado, o banco obteve um prejuízo de 740,5 milhões de euros, um resultado melhor do que o previsto pelos analistas contactados pela Bloomberg. Contudo, durante a conferência da imprensa, o líder da instituição assinalou que o banco pretende regressar aos lucros no segundo semestre de 2014. Além disso, Nuno Amado revelou ainda que o banco espera devolver, no primeiro semestre de 2014, 400 milhões de euros do apoio estatal feito através da subscrição de instrumentos de capital contingente ("CoCos"), menos 100 milhões de euros do que estava inicialmente previsto.

 

Ontem, dia 4 de Fevereiro, o BCP realizou uma “conference call” e, esta manhã, o BESI – a unidade de investimento do Banco Espírito Santo – emitiu uma nota para os seus clientes, a que o Negócios teve acesso, onde assinala que é da opinião que o BCP, “durante este trimestre [quatro trimestre de 2013] melhorou a sua capacidade para pagar os CoCos,independentemente” dos activos por impostos diferidos.

 

Os factores que suportam a opinião do banco de investimento “têm sido a redução nos riscos dos activos no quatro trimestre de 2013, o que liberta 300 milhões de euros em ‘core capital’” bem como, “um valor de mercado mais elevado da unidade da Polónia”. “A venda da [unidade] da Polónia aos preços de mercado iria libertar 1,2 mil milhões de euros de capital”, acrescenta a nota do BESI.

 

Os analistas deste banco de investimento escrevem ainda que, este número “é maior do que a nossa estimativa de carência de capital” em 2017 se a legislação sobre os impostos diferidos não for aprovada. “Acreditamos que [a possibilidade de venda da unidade polaca] dá mais flexibilidade ao BCP para evitar um aumento de capital se no final” a regulamentação relativa aos activos por impostos diferidos não for aprovada em Portugal, “um cenário que não vemos como muito provável”.

 

Ontem, o BESI, numa nota de research, subiu a recomendação das acções do BCP de “neutral” para “comprar”, e o preço-alvo para 20 cêntimos.

 

A questão dos activos por impostos diferidos prende-se com a possibilidade de se implementarem alterações a uma directiva europeia sobre requisitos de capital. Esta directiva determina que os activos por impostos diferidos sejam deduzidos aos fundos próprios dos bancos. O que poderá não acontecer. Espanha determinou não deduzir os activos aos fundos próprios, tal como Itália. Se Portugal optar pelo mesmo caminho o impacto para o BCP e para o BES será de um reforço de capital de 1,5 mil milhões de euros, de acordo com estimativas do CaixaBI. Os activos por impostos diferidos são equivalentes a um crédito fiscal, que é contabilizado do lado do activo do balanço.

  

A 22 de Janeiro, a Lusa escrevia que, numa reunião em Dezembro de 2013, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, sinalizou que as contas públicas não suportam a solução proposta pela banca, idêntica à adoptada em Espanha. Uma posição que, embora não sendo oficial, espoletou a correcção. Segundo a Bloomberg, o Ministério das Finanças afirmou, ao final do dia, que o tema ainda está a ser discutido. A APB disse que "não tem conhecimento de qualquer indisponibilidade por parte do Governo em encontrar uma solução".

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.  

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