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Calculadora dividendos 2018

A época de pagamento de dividendos já arrancou. Saiba quanto as cotadas vão pagar este ano e calcule quanto pode receber.

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A grande maioria das empresas cotadas portuguesas que habitualmente remunera os seus accionistas já revelou quanto vai pagar este ano em dividendos, em relação ao exercício de 2017.

 

A tabela com os valores dos dividendos que as cotadas portuguesas vão pagar está praticamente completa, pois apenas algumas cotadas de dimensão mais pequena ainda não revelaram se vão remunerar os accionistas.

 

Esta altura do ano é assim das mais apetecíveis para muitos investidores, sobretudo os que privilegiam a aposta nas cotadas com os dividendos mais generosos. E este ano os investidores voltam a não ter razão de queixa das cotadas nacionais, já que a grande maioria aumentou a remuneração e são várias as que pagam dividendos com uma rendibilidade superior a 5%.  

 

São sobretudo duas as estratégias seguidas pelos investidores. Há os que apostam no longo prazo nas cotadas que pagam os dividendos mais rentáveis, e também os que privilegiam uma estratégia de caça ao dividendo, entrando na acção pouco antes da data de pagamento, vendendo pouco depois de embolsar a remuneração.

 

CALCULAR OS DIVIDENDOS

 

Para iniciar a análise da estratégia a seguir, fundamental é calcular quanto vai receber com os dividendos das empresas onde é accionista, ou onde pretende investir. Para tal utilize a calculadora do Negócios. Basta introduzir o número de acções para saber o valor que vai receber, já líquido do imposto de 28% (assumindo que não opta pelo englobamento). Se colocar também a cotação da acção, fica a saber a rentabilidade implícita.

 

Faça as suas contas, inserindo quantas acções detém e a sua cotação, caso queira saber qual é a rendibilidade do dividendo: 

 


 

OS DIVIDENDOS MAIS RENTÁVEIS

 

No início de Abril, o Negócios publicou os dividendos mais rentáveis da praça portuguesa, utilizando as cotações registadas na altura. Veja os dividendos de 14 cotadas, ordenados por rendibilidade.

 

F. Ramada – Dividend yield de 17%

F. Ramada – Dividend yield de 17%
O ganho obtido com a venda da Base permitiu à F. Ramada aumentar os lucros de 2017 em mais de quatro vezes, levando a estreante no PSI-20 a multiplicar por oito o valor do dividendo, que sobe de 28 cêntimos para 2,23 euros por acção. O “dividend yield” sobe para uns imbatíveis 17%, o que dá ao dividendo da F. Ramada o estatuto de melhor da bolsa portuguesa. A empresa vai entregar 57,2 milhões de euros aos accionistas, o que corresponde ao valor de todos os lucros obtidos no ano passado.

CTT - Dividend yield de 12,1%

CTT - Dividend yield de 12,1%
O corte de mais de 20% que os CTT efectuaram ao dividendo não afectaram a rendibilidade da remuneração, uma vez que as acções dos Correios têm sido fortemente penalizadas em bolsa pela evolução negativa dos resultados que levaram a gestão a reduzir o dividendo. Com um dividendo de 38 cêntimos por acção, o “dividend yield” é de 12,1% e o segundo melhor da bolsa portuguesa. Para manter este estatuto de boa pagadora de dividendos (que foi a imagem de marca quando entrou em bolsa), a gestão dos CTT decidiu entregar 57 milhões de euros aos accionistas, mais do que duplicando os lucros obtidos no ano passado.

REN - Dividend yield de 6,8%

REN - Dividend yield de 6,8%
O pagamento de dividendos é um dos factores que mais atrai investidores ao capital da REN. Desde que entrou em bolsa que a energética ocupa quase sempre os lugares cimeiros do “ranking” da rendibilidade dos dividendos na bolsa portuguesa e este ano não é excepção. Apesar do aumento de capital efectuado no ano passado, a empresa liderada por Rodrigo Costa manteve o dividendo de 17,1 cêntimos por acção, pelo que a remuneração total sobe 6,1% para 114 milhões de euros.

Sonae Capital - Dividend yield de 6,3%

Sonae Capital - Dividend yield de 6,3%
A Sonae Capital decidiu que deveria continuar a remunerar os accionistas apesar de ter fechado o exercício de 2017 com prejuízos de 6,5 milhões de euros. A empresa liderada por Cláudia Azevedo reduziu o dividendo em 40%, para 6 cêntimos por acção, uma remuneração que ainda assim garante uma rendibilidade de 6,3%. A Sonae Capital vai pagar 15 milhões de euros aos accionistas, menos 10 milhões do que ano passado.

EDP - Dividend yield de 6,2%

EDP - Dividend yield de 6,2%
Apesar das dúvidas dos analistas, a EDP manteve o dividendo de 19 cêntimos por acção, o que representa uma rendibilidade de 6,2%. Apesar de historicamente ter um “dividend yield” elevado, este aumenta este ano devido ao desempenho negativo das acções nos últimos meses. Com os lucros a aumentarem 16% devido aos ganhos obtidos com a venda de activos, o “payout” da empresa liderada por António Mexia desceu 10 pontos percentuais para 62%.

NOS - Dividend yield de 6,2%

NOS - Dividend yield de 6,2%
A Nos é a segunda cotada que mais aumentou o valor dos dividendos a pagar aos accionistas. A operadora elevou a remuneração de 0,20 euros para 0,30 euros, pelo que o dividendo representa uma rendibilidade de 6,2%. No total a empresa vai entregar 154,5 milhões de euros aos accionistas, o que representa 124,5% dos lucros obtidos. A Nos é também a cotada portuguesa com o segundo “payout” mais elevado, só atrás dos CTT.

Altri - Dividend yield de 6,1%

Altri - Dividend yield de 6,1%
A Altri surge em terceiro lugar no “ranking” das cotadas portuguesas que mais aumentaram o dividendo. A remuneração sobe 20%, para 0,30 euros, um crescimento que fica ligeiramente abaixo do aumento dos lucros (24,5%). A rendibilidade do dividendo é de 6,1% e a empresa de pasta e papel entrega aos accionistas 64% dos lucros.

Novabase - Dividend yield de 5,4%

Novabase - Dividend yield de 5,4%
A descida de 50% nos lucros não se reflectiu na remuneração aos accionistas da Novabase, já que a tecnológica decidiu manter o dividendo de 15 cêntimos. O “dividend yield” é de 5,4% e a cotada entrega aos accionistas a quase totalidade dos resultados líquidos. No final do ano passado a Novabase decidiu pagar um dividendo extra, não se sendo se irá repetir em 2018.

Jerónimo Martins - Dividend yield de 4,1%

Jerónimo Martins - Dividend yield de 4,1%
A ausência de ganhos extraordinários provocou uma queda de 35% nos lucros da Jerónimo Martins, mas a cotada decidiu aumentar a remuneração aos accionistas para 386 milhões de euros, entregando-lhes todos os lucros. O dividendo sobe de 0,605 euros para 0,615 euros por acção, o que representa uma rendibilidade de 4,1%. O “payout” sobe de 64,2% para 100%.

Galp Energia - Dividend yield de 3,6%

Galp Energia - Dividend yield de 3,6%
A petrolífera aumentou o dividendo em 10%, para 0,55 euros (0,25 euros já foram pagos no ano passado) por acção, o que traduz uma rendibilidade de 3,6%. A Galp Energia vai pagar 456 milhões de euros, sendo a segunda cotada da bolsa que mais dinheiro entrega aos accionistas. O “payout” é de 74,3%.

Sonae SGPS - Dividend yield de 3,6%

Sonae SGPS - Dividend yield de 3,6%
Apesar da descida dos lucros, a Sonae SGPS aumentou o dividendo em 5% para 4,2 cêntimos, o que representa uma rendibilidade de 3,6%. A cotada liderada por Paulo Azevedo vai pagar 84 milhões de euros aos accionistas, o que representa metade dos lucros obtidos. No ano passado o “payout” foi de 36%.

Corticeira Amorim – Dividend Yield de 1,8%

Corticeira Amorim – Dividend Yield de 1,8%
A Corticeira Amorim foi outra das cotadas que reduziu os lucros mas aumentou a remuneração aos accionistas. O dividendo sobre de 0,18 euros para 0,185 euros, o que traduz um dividend yield de 1,8%. A empresa liderada por Rios de Amorim entrega aos accionistas um terço dos lucros obtidos, acima do “payout” de 24% do ano passado.

Sonaecom – Dividend Yield de 1,7%

Sonaecom – Dividend Yield de 1,7%
A Sonaecom é das poucas cotadas que cortou o dividendo, tendo optado por uma redução em linha com a descida dos lucros. A remuneração por acção desce de 7,7 cêntimos para 3,7 cêntimos, o que representa uma rendibilidade de 1,7%. A cotada vai entregar aos accionistas metade dos lucros obtidos, um “payout” em linha com o do ano passado.

EDP Renováveis – Dividend yield de 0,8%

EDP Renováveis – Dividend yield de 0,8%
A EDP Renováveis está no lote de cotadas que aumentou o dividendo, que sobe 20% para 6 cêntimos. O aumento é muito inferior ao registado pelos lucros (cresceram quase cinco vezes), pelo que o “payout” desce de 77% para apenas 19%. O rácio é o mais reduzido entre as cotadas portuguesas e o “dividend yield” abaixo de 1% é também o mais baixo.

 

A IMPORTÂNCIA DO CALENDÁRIO

 

As datas em que as cotadas pagam os dividendos são outro factor fundamental para os investidores. Muitas das cotadas já viram os seus accionistas aprovarem o valor a pagar e estão agora a anunciar as datas em que vão colocar o dinheiro à disposição dos investidores.

 

Foi o fizeram diversas cotadas portuguesas nos últimos dias, sendo que já são conhecidas as datas de pagamento de cinco. A Corticeira Amorim já pagou o dividendo e a EDP já o descontou da sua cotação, sendo que a remuneração da eléctrica chegará à conta dos accionistas na quarta-feira, 2 de Maio.

 

Mais do que a data do pagamento do dividendo, o que é relevante é a data de ex-dividendo, ou seja, quando a acção passa a negociar em bolsa sem direito à remuneração.

 

Vejamos o caso da Jerónimo Martins. A empresa vai pagar o dividendo a partir de 10 de Maio, mas é a 8 de Maio que a acção passa a negociar sem direito à remuneração. Assim, para receber o dividendo da empresa de energia, terá que manter a acção em carteira até ao fecho da sessão de 7 de Maio.

 

Será na sessão de 8 de Maio que a cotação da retalhista vai reflectir o facto de ter entrado em ex-dividendo, pelo que a cotação deverá ajustar m baixa o valor da remuneração. Contudo, o ajuste não é automático e será o mercado a ditar a cotação de abertura da Jerónimo Martins nessa sessão de 4 de Maio.

 

Os investidores de dividendos de curto prazo seguem a estratégia de entrar numa acção antes do período de ex-dividendo, esperar que a cotação não ajuste na totalidade o valor da remuneração e vender o título pouco tempo depois.

 

Daí ser muito relevante estar a par das datas de pagamento de dividendo, que pode conferir no calendário em baixo. Que será actualizado sempre que forem conhecidas novas datas.


Glossário

O que é o dividendo? 

É a fracção dos lucros da empresa cotada que é distribuída aos investidores. Normalmente, quando uma empresa obtém lucros num exercício, distribuiu, no ano seguinte, uma parte desses aos detentores de acções, sendo o valor proposto pelo Conselho de Administração e votado em Assembleia Geral.

  

Quanto pago de imposto? 

A carga fiscal sobre os dividendos está em 28%, sendo o imposto pago na altura em que recebe a remuneração. Pode optar antes pelo englobamento, incluindo este rendimento na sua declaração de IRS, mas esta opção só é favorável caso a sua taxa de imposto seja inferior a 28%.  

 

Qual a diferença entre dividendo complementar e intercalar? 

O dividendo intercalar é aquele que é pago quando ainda decorre o exercício a que este diz respeito. O dividendo complementar é o que é pago no final do período a que se referem os resultados. Em Portugal, a Galp opta por dividir o pagamento do dividendo em duas fases, já lá fora são várias as que pagam em quatro fases (uma por trimestre).

  

O que representa o "dividend yield"? 

Resulta da divisão do dividendo pela cotação e determina a rendibilidade da remuneração. Apresentado em percentagem, este é um importante indicador da atractividade do dividendo devendo ser comparado, especialmente, com o das cotadas do sector. 

 

O que é o "payout"? 

É percentagem dos lucros que a empresa distribui sob a forma de dividendos. Quanto maior é este rácio, mais atractiva é a política de remuneração da empresa aos accionistas. O "payout" pode superar os 100%, caso a empresa distribua um valor superior aos lucros.

 

Como posso ter direito aos dividendos? 

Para ter direito aos dividendos, terá que ter na sua carteira os títulos antes da data do destaque dos dividendos. As acções entram em ex-dividendo três dias úteis antes da data de pagamento, sendo que para receber os dividendos basta comprar os títulos no dia anterior à data ex-dividendo, podendo os títulos ser vendidos na sessão em que entram em ex-dividendo. 

 

Quando é que recebo os dividendos? 

A remuneração accionista tende a ser feita entre Abril e Maio, sendo anunciado valor a receber pelos investidores aquando da apresentação das contas do último exercício, ou nas semanas seguintes. Os dividendos são creditados na conta bancária do investidor, sendo o valor já líquido de impostos (a menos que o opte pelo englobamento).

 

O que acontece às acções? 

No dia em que as acções entram em ex-dividendo passam a negociar sem direito à remuneração accionista. No mercado, os títulos das empresas ajustam negativamente de forma a reflectir o valor do dividendo. A queda do valor das acções não tem obrigatoriamente que ser na mesma proporção do dividendo, sendo o mercado a determinar qual a cotação das mesmas após o destaque da remuneração.

 

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