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Os dividendos mais rentáveis da bolsa portuguesa

Veja os dividendos que já foram anunciados por 14 cotadas portuguesas e a respectiva rendibilidade.

Pedro Catarino/CM
Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 07 de Abril de 2018 às 10:00

Entre as 23 cotadas que no ano passado pagaram dividendos, 14 já anunciaram o valor de 2018. Entre estas, a grande maioria decidiu aumentar a remuneração, sendo que duas optaram por manter e apenas três cortaram o montante.

 

São várias as cotadas portuguesas que pagam dividendos com rendibilidade atractiva, sendo que entre as cinco melhores estão duas que até baixaram a remuneração devido à quebra dos resultados. Metade destas 14 cotadas apresenta um "dividend yield" acima de 6%.

 

Veja todos os valores na lista em baixo, ordenada pelos "dividend yields" mais elevados:

F. Ramada – Dividend yield de 17%

F. Ramada – Dividend yield de 17%
O ganho obtido com a venda da Base permitiu à F. Ramada aumentar os lucros de 2017 em mais de quatro vezes, levando a estreante no PSI-20 a multiplicar por oito o valor do dividendo, que sobe de 28 cêntimos para 2,23 euros por acção. O “dividend yield” sobe para uns imbatíveis 17%, o que dá ao dividendo da F. Ramada o estatuto de melhor da bolsa portuguesa. A empresa vai entregar 57,2 milhões de euros aos accionistas, o que corresponde ao valor de todos os lucros obtidos no ano passado.

CTT - Dividend yield de 12,1%

CTT - Dividend yield de 12,1%
O corte de mais de 20% que os CTT efectuaram ao dividendo não afectaram a rendibilidade da remuneração, uma vez que as acções dos Correios têm sido fortemente penalizadas em bolsa pela evolução negativa dos resultados que levaram a gestão a reduzir o dividendo. Com um dividendo de 38 cêntimos por acção, o “dividend yield” é de 12,1% e o segundo melhor da bolsa portuguesa. Para manter este estatuto de boa pagadora de dividendos (que foi a imagem de marca quando entrou em bolsa), a gestão dos CTT decidiu entregar 57 milhões de euros aos accionistas, mais do que duplicando os lucros obtidos no ano passado.

REN - Dividend yield de 6,8%

REN - Dividend yield de 6,8%
O pagamento de dividendos é um dos factores que mais atrai investidores ao capital da REN. Desde que entrou em bolsa que a energética ocupa quase sempre os lugares cimeiros do “ranking” da rendibilidade dos dividendos na bolsa portuguesa e este ano não é excepção. Apesar do aumento de capital efectuado no ano passado, a empresa liderada por Rodrigo Costa manteve o dividendo de 17,1 cêntimos por acção, pelo que a remuneração total sobe 6,1% para 114 milhões de euros.

Sonae Capital - Dividend yield de 6,3%

Sonae Capital - Dividend yield de 6,3%
A Sonae Capital decidiu que deveria continuar a remunerar os accionistas apesar de ter fechado o exercício de 2017 com prejuízos de 6,5 milhões de euros. A empresa liderada por Cláudia Azevedo reduziu o dividendo em 40%, para 6 cêntimos por acção, uma remuneração que ainda assim garante uma rendibilidade de 6,3%. A Sonae Capital vai pagar 15 milhões de euros aos accionistas, menos 10 milhões do que ano passado.

EDP - Dividend yield de 6,2%

EDP - Dividend yield de 6,2%
Apesar das dúvidas dos analistas, a EDP manteve o dividendo de 19 cêntimos por acção, o que representa uma rendibilidade de 6,2%. Apesar de historicamente ter um “dividend yield” elevado, este aumenta este ano devido ao desempenho negativo das acções nos últimos meses. Com os lucros a aumentarem 16% devido aos ganhos obtidos com a venda de activos, o “payout” da empresa liderada por António Mexia desceu 10 pontos percentuais para 62%.

NOS - Dividend yield de 6,2%

NOS - Dividend yield de 6,2%
A Nos é a segunda cotada que mais aumentou o valor dos dividendos a pagar aos accionistas. A operadora elevou a remuneração de 0,20 euros para 0,30 euros, pelo que o dividendo representa uma rendibilidade de 6,2%. No total a empresa vai entregar 154,5 milhões de euros aos accionistas, o que representa 124,5% dos lucros obtidos. A Nos é também a cotada portuguesa com o segundo “payout” mais elevado, só atrás dos CTT.

Altri - Dividend yield de 6,1%

Altri - Dividend yield de 6,1%
A Altri surge em terceiro lugar no “ranking” das cotadas portuguesas que mais aumentaram o dividendo. A remuneração sobe 20%, para 0,30 euros, um crescimento que fica ligeiramente abaixo do aumento dos lucros (24,5%). A rendibilidade do dividendo é de 6,1% e a empresa de pasta e papel entrega aos accionistas 64% dos lucros.

Novabase - Dividend yield de 5,4%

Novabase - Dividend yield de 5,4%
A descida de 50% nos lucros não se reflectiu na remuneração aos accionistas da Novabase, já que a tecnológica decidiu manter o dividendo de 15 cêntimos. O “dividend yield” é de 5,4% e a cotada entrega aos accionistas a quase totalidade dos resultados líquidos. No final do ano passado a Novabase decidiu pagar um dividendo extra, não se sendo se irá repetir em 2018.

Jerónimo Martins - Dividend yield de 4,1%

Jerónimo Martins - Dividend yield de 4,1%
A ausência de ganhos extraordinários provocou uma queda de 35% nos lucros da Jerónimo Martins, mas a cotada decidiu aumentar a remuneração aos accionistas para 386 milhões de euros, entregando-lhes todos os lucros. O dividendo sobe de 0,605 euros para 0,615 euros por acção, o que representa uma rendibilidade de 4,1%. O “payout” sobe de 64,2% para 100%.

Galp Energia - Dividend yield de 3,6%

Galp Energia - Dividend yield de 3,6%
A petrolífera aumentou o dividendo em 10%, para 0,55 euros (0,25 euros já foram pagos no ano passado) por acção, o que traduz uma rendibilidade de 3,6%. A Galp Energia vai pagar 456 milhões de euros, sendo a segunda cotada da bolsa que mais dinheiro entrega aos accionistas. O “payout” é de 74,3%.

Sonae SGPS - Dividend yield de 3,6%

Sonae SGPS - Dividend yield de 3,6%
Apesar da descida dos lucros, a Sonae SGPS aumentou o dividendo em 5% para 4,2 cêntimos, o que representa uma rendibilidade de 3,6%. A cotada liderada por Paulo Azevedo vai pagar 84 milhões de euros aos accionistas, o que representa metade dos lucros obtidos. No ano passado o “payout” foi de 36%.

Corticeira Amorim – Dividend Yield de 1,8%

Corticeira Amorim – Dividend Yield de 1,8%
A Corticeira Amorim foi outra das cotadas que reduziu os lucros mas aumentou a remuneração aos accionistas. O dividendo sobre de 0,18 euros para 0,185 euros, o que traduz um dividend yield de 1,8%. A empresa liderada por Rios de Amorim entrega aos accionistas um terço dos lucros obtidos, acima do “payout” de 24% do ano passado.

Sonaecom – Dividend Yield de 1,7%

Sonaecom – Dividend Yield de 1,7%
A Sonaecom é das poucas cotadas que cortou o dividendo, tendo optado por uma redução em linha com a descida dos lucros. A remuneração por acção desce de 7,7 cêntimos para 3,7 cêntimos, o que representa uma rendibilidade de 1,7%. A cotada vai entregar aos accionistas metade dos lucros obtidos, um “payout” em linha com o do ano passado.

EDP Renováveis – Dividend yield de 0,8%

EDP Renováveis – Dividend yield de 0,8%
A EDP Renováveis está no lote de cotadas que aumentou o dividendo, que sobe 20% para 6 cêntimos. O aumento é muito inferior ao registado pelos lucros (cresceram quase cinco vezes), pelo que o “payout” desce de 77% para apenas 19%. O rácio é o mais reduzido entre as cotadas portuguesas e o “dividend yield” abaixo de 1% é também o mais baixo.



Dividendos aumentam 3%

As contas do Negócios mostram que as cotadas portuguesas vão este ano entregar mais de 2,4 mil milhões de euros em dividendos, referentes ao exercício do ano passado, um valor que traduz um aumento de 3%. A subida face a 2017 até é modesta, mas a época de pagamento de dividendos que está aí à porta reforça a ideia de que as cotadas portuguesas estão cada vez mais generosas na hora de remunerar os accionistas.

Entre as 14 cotadas que já anunciaram o dividendo que vão propor em assembleia geral, nove aumentam a remuneração, duas mantêm e apenas três baixam. Entre as que reduzem o dividendo estão os CTT, que ainda assim entregam aos accionistas duas vezes os lucros obtidos (o dividendo desce 20% enquanto o lucro cai 56,1%); a Sonae Capital, que vai pagar dividendos apesar de ter registado prejuízos; e ainda a Sonaecom, que desce o dividendo em linha com a queda nos lucros.

Há outro indicador que mostra bem que é assertivo o estatuto que as cotadas portuguesas têm de serem boas pagadoras de dividendos. O "payout" é de 71%, ou seja, as empresas portuguesas devolvem aos accionistas bem mais de dois terços dos lucros que obtiveram no ano passado. O rácio até é inferior ao do ano anterior, quando atingiu 72%. Contudo, a EDP é a grande responsável por esta queda, já que é de longe a cotada que mais dinheiro entrega aos accionistas (695 milhões de euros, ou 29% do total), e decidiu manter o dividendo apesar de os lucros terem crescido 16%. Excluindo a EDP destas contas, o "payout" este ano sobe para 73%.


Tendo em conta os dividendos já confirmados e os estimados das 23 cotadas, o "dividend yield" médio é de 5%. Uma rendibilidade que também prova a generosidade das cotadas na altura de pagar dividendos e que só não é maior porque cinco das empresas em análise têm um "dividend yield" inferior a 2%. Em contrapartida, são 12 as que superam os 5%.

 
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