As acções da Zon Optimus subiram 6,98% para 5,15 euros, registando desta forma o maior ganho desde 21 de Setembro do ano passado.

Se no ano passado a justificação para as acções dispararem esteve relacionada com as palavras do então CEO da Optimus, Miguel Almeida, sobre a potencialidade de uma fusão entre as duas operadoras, hoje foram os resultados do terceiro trimestre da Zon Optimus.

A Zon Optimus revelou na quarta-feira, 13 de Novembro, após o fecho do mercado, que os lucros referentes aos primeiros nove meses do ano recuaram 17,5% para um total de 76,5 milhões de euros.

As contas divulgadas quarta-feira à noite pela operadora liderada por Miguel Almeida são os primeiros resultados após a fusão entre a Zon Multimédia e a Optimus, e não são comparáveis com os de igual período do ano passado.

Os analistas comentaram os números atribuindo-lhes um impacto “amplamente neutral”, segundo o Millennium investment bank. O Santander diz ver estes números “como um ponto de partida para que comecem a ser gerados benefícios da fusão, que, na nossa perspectiva, se encontram amplamente reflectidos no preço das acções.”

Pela positiva, o banco espanhol identifica uma melhoria na receita média por cliente. Em contraponto, o BPI, que antecipou uma reacção "positiva" do mercado aos números, refere que a queda de 21 mil adições líquidas na televisão, no terceiro trimestre,  ficou abaixo do esperado. “Provavelmente reflectindo a pressão [da oferta] da Vodafone” para o mercado de televisão por subscrição, explicou o analista Pedro Oliveira.hugo

O Jefferies, por seu turno, diz que “os resultados muito fortes devem ser temperados com uma pitada de sal”. É que o desvio do consenso dos analistas face aos números explicados pode ser explicado pela “nova estrutura de reporte”, após a fusão da Zon e da Optimus.

O banco de investimento Citi foi o que identificou maiores pontos negativos nos resultados, classificando os números como “fracos, especialmente na TV e nos indicadores de desempenho do negócio móvel.” A Zon Optimus “terá dificuldades em levar a cabo a reestruturação operacional sem uma redução significativa das margens implícitas e da geração de ‘cash flow’ livre” para os accionistas, acrescentou.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.