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Relatório de 2016: Bolsa caiu, mas seguir analistas teria dado ganhos
Os analistas mostraram-se mais certeiros em 2016. Os investidores que tivessem seguido as suas recomendações poderiam ter conseguido fechar o ano com mais-valias potenciais, num ano em que o PSI-20 protagonizou uma das maiores quedas mundiais.
A bolsa portuguesa protagonizou, no último ano, o pior desempenho entre as praças dos países desenvolvidos. O agravamento da percepção de risco do país e eventos como o Brexit determinaram um maior pessimismo em tornos das acções nacionais. Mas, caso os investidores tivessem seguido as recomendações dos analistas, poderiam até ter terminado o ano com ganhos.
Embora cerca de metade das recomendações para as cotadas nacionais seja de "comprar", 2016 não foi um bom ano para o mercado accionista português. Contudo, os conselhos de investimento dos analistas revelaram-se mais certeiros.
Enquanto o índice PSI-20 caiu 5,04% entre 1 de Outubro de 2015 e 30 de Setembro de 2016, a carteira simulada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para oito intermediários financeiros – quatro nacionais e quatro estrangeiros – revela que todos eles conseguiram desempenhos significativamente melhores que o índice no mesmo período, mostra o Relatório Anual sobre a Actividade de Supervisão e Análise Financeira do regulador. E, na maior parte dos casos, o comportamento das carteiras foi mesmo positivo.
O Santander foi o banco de investimento que apresentou o melhor resultado, segundo a CMVM. Uma carteira virtual de 100 mil euros teria aumentado para 102.316 euros, o que implica uma valorização de 2,32%. Já a carteira que seguisse as recomendações da Fidentiis teria registado uma perda potencial de 1.523 euros (-1,52%), uma quebra, ainda assim, bastante inferior à da bolsa.
Recomendações de "vender" acertam mais
Das 482 recomendações analisadas pela CMVM para as cotadas portuguesas, metade eram de "comprar", 37,5% "manter" e 12,6% "vender". Contudo, olhando para as avaliações de analistas nacionais e estrangeiros, os primeiros mantêm uma visão mais optimista, detendo cerca de 63% de ordens para investir. Entre os estrangeiros, "comprar" e "manter" estão equilibrados: 42,7%.
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