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Governo alemão oferece ajuda à Volkswagen, mas alerta que será limitada
Robert Habeck quer evitar o encerramento de fábricas da marca alemã. No entanto, deixa claro que "a maior parte das alterações têm de ser realizadas pela própria Volkswagen".
Para impedir o encerramento de fábricas da Volkswagen, o ministro da economia alemão, Robert Habeck, mostrou-se esta sexta-feira disponível para oferecer ajuda à fabricante automóvel.
Numa visita a uma fábrica na cidade de Emden, Habeck revelou que pretende também assegurar que os acordos com os trabalhadores permanecem dentro do quadro normal de negociação coletiva.
No entanto, o ministro deixou claro que há limites para o que o Estado pode fazer para apoiar a marca alemã e acrescentou que a estrutura e a viabilidade do negócio cabem à própria empresa. "A maior parte das alterações têm de ser realizadas pela própria Volkswagen", disse, citado pela Reuters. "Esse é o trabalho da empresa", rematou.
Habeck frisou que os responsáveis políticos podem ajudar a enviar sinais positivos ao mercado, ressalvando que pretendem incentivar à mudança para motores eléctricos.
Os alertas dentro da empresa foram lançados no início de setembro. Numa reunião com a comissão de trabalhadores, a cúpula executiva da Volkswagen revelou que não descartava o encerramento de fábricas na Alemanha, considerando que uma fábrica de veículos e outra de componentes eram obsoletas. A confirmar-se, esta seria a primeira vez que a Volkswagen encerraria uma fábrica na Alemanha, nos seus 87 anos de vida.
Numa tentativa de justificar a decisão, o responsável financeiro da empresa, Arno Antlitz, disse na altura que a fabricante tem "um ano, talvez dois" para se adaptar à forte queda das vendas automóveis. Num encontro com trabalhadores na sede em Wolfsburgo Antlitz revelou que espera vender menos 500 mil veículos do que antes da pandemia de Covid-19 e prevê, assim, não retornar aos valores registados em 2019. Esta redução "equivale à atividade de duas fábricas".
A empresa alemã revelou ainda que se viu forçada a terminar um acordo com os sindicatos alemães, em vigor desde 1994, que impede a redução de postos de trabalho até 2029, antecipando essa data para 2025.
A marca Volkswagen, que gera a maior parte das vendas do grupo automóvel, é a primeira a ser alvo de uma tentativa de corte de gastos até 10 mil milhões de euros até 2026, com a empresa a tentar reduzir os custos para sobreviver a uma transição para os carros elétricos.