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Volkswagen acaba com acordo salarial de três décadas na Alemanha
Depois do anúncio do possível fecho de fábricas pela primeira vez em 87 anos, a gigante automóvel quer dar seguimento ao corte de custos para fazer frente à queda nas vendas e à força da concorrência. O acordo acaba no próximo ano.
A Volkswagen vai pôr fim aos acordos salariais que estão vinculados a um pacto laboral com 30 anos na Alemanha. O acordo de empresa, que se destina a proteger os trabalhadores e deveria terminar em 2029, foi agora antecipado para 2025, anunciou a gigante alemã em comunicado.
Esta é mais uma das medidas de corte de custos da empresa, que há dias pôs em cima da mesa o fecho de fábricas na Alemanha pela primeira vez na história.
A Volkswagen prepara-se agora para um confronto com as orgnizações sindicais, numa altura em que a indústria mais importante da maior economia da Europa luta pela sobrevivência.
Mas a decisão afeta mais do que a indústria alemã. Acabar com os acordos salarias numa das maiores empresas de engenharia da Europa espelha o quanto a economia do bloco está a perder terreno em termos de competitividade face, sobretudo, à China e aos Estados Unidos, com marcas como a Tesla e a Byd na corrida à liderança de vendas.
As medidas visam "reduzir os custos na Alemanha para um nível competitivo", afirmou o diretor de Recursos Humanos da Volkswagen, Gunnar Kilian, em comunicado. Ainda assim, os cortes na fabricante são mais difíceis de aprovar do que o normal. Isto porque metade dos assentos no Conselho de Supervisão da empresa são ocupados por representantes dos trabalhadores.
A representante dos funcionários da Volkswagen, que emprega quase 300 mil trabalhadores na Alemanha, assegura que vai defender os acordos em causa, e fala em "ataque histórico aos empregos". "Connosco, não haverá demissões", disse Daniela Cavallo, citada pela Bloomberg.